Polícia

Sargento é baleado por garimpeiros e está em estado grave

O resgate aéreo do policial militar será feito com o apoio de policiais do Gate apenas amanhã de manhã. Até o momento duas pessoas foram presas pelo crime de tentativa de homicídio

O sargento Ranildo, da Policia Militar (PM), foi baleado por volta das 16h de hoje (29), durante opera??o realizada na ?rea ind?gena de Auaris. As primeiras informa??es que chegaram ? reportagem da Folha, ? que ele foi alvejado na regi?o lombar e est? em estado grave. Pelo crime de tentativa de homic?dio, pelo menos duas pessoas j? foram presas.
O resgate a?reo, j? que a regi?o ? de dif?cil acesso, s? ser? feito na manh? deste domingo (30), pois a Infraero n?o autoriza pouso e nem decolagem de aernave da localidade ? noite. Assim que o militar for resgatado, ele deve ser trazido ao Hospital Geral de Roraima.
A opera??o denominada Krokorema II (codinome Fiocruz) – desencadeada no ?ltimo dia 27 por servidores da Frente de Prote??o Etnoambiental Yanomami e Yokuama da Funda??o Nacional do ?ndio (Funai), com apoio da for?a policial da Companhia Independente de Policiamento Ambiental (Cipa) da PM (Pol?cia Militar), come?ou ?s 6h na calha do rio Uraricuera, munic?pio de Amajar?, e deve ser conclu?da apenas quando o objetivo principal for atingido: a destrui??o de 38 balsas, de materiais utilizados na garimpagem ilegal e a pris?o de pelo menos 300 pessoas.
Com exclusividade, o comandante da Cipa, major Miguel Arcanjo, conversou com a reportagem e falou sobre a opera??o. At? as ?ltimas not?cias repassadas ? Folha, pelo menos 15 pessoas j? haviam sido presas.
No dia 18, o coordenador da Frente de Prote??o, Jo?o Batista Catalano, e a equipe da Cipa realizaram um sobrevoo no trecho que posteriormente receberia a opera??o. Esse trecho compreende do in?cio do rio Uraricuera at? o entroncamento com o rio Auaris, na fronteira com a Venezuela (VE).
Segundo o major, pelo menos 12 homens, metade de cada institui??o, est?o empenhados na opera??o. Durante o sobrevoo, foram identificadas que 38 balsas estavam ativas 24 horas por dia, al?m de v?rias embarca??es ? como barcos e canoas –  e dezenas de acampamentos espalhados no leito dos rios. Em cada balsa, trabalham no m?nimo sete pessoas.
?A atividade em ?rea ind?gena foi comprovada de forma muito intensa. H? pontos no rio onde j? se formaram enormes bancos de areia, assoreados pela atividade criminosa e ilegal. N?o temos dia pra concluir, mas de certeza pelo menos mais 20 dias estaremos intensificando as atividades no local. Essa ? uma das maiores opera??es j? realizadas naquela regi?o?.
O oficial explicou que foram identificados, al?m das balsas e embarca??es, dezenas de motores usados na extra??o, muitos mantimentos, combust?vel e diversos outros materiais.
?Temos que provocar um completo preju?zo financeiro a quem promove e financia a atividade. Entendemos que essas pessoas que trabalham na ?rea, n?o s?o os bandidos. Eles s?o trabalhadores e est?o ali porque precisam. A maioria est? doente. Eles se arriscam buscando um meio de vida que lhes renda mais que um assalariado na capital. H? suspeitas que trabalho escravo tamb?m esteja sendo cometido na ?rea?, alertou o comandante.
Conforme explicou o comandante, o ?nico ponto de apoio onde h? comunica??o, ? a regi?o de Palami?, o que explica as equipes aqui na capital n?o estarem sendo informadas sobre tudo o que ocorre por l?.
DENÚNCIA – Segundo parentes e amigos de um senhor conhecido apenas pelo nome de Santar?m, 48 anos, ele teria sido preso na ?ltima quinta-feira (26), durante a opera??o.
Por telefone, a reportagem conversou com tr?s pessoas ligadas a esses senhor, uma delas enteada dele. Segundo as den?ncias, duas mulheres haviam sido liberadas, uma delas de 51 anos, a mesma que entrou em contato com familiares na capital pedindo ajuda.
Essa senhora contou que o homem detido – no momento da pris?o, estaria manejando uma canoa, por?m, ele ? hipertenso e diab?tico, e teria sido proibido de receber atendimento m?dico especializado.
?Posso te assegurar que se essa pessoa detida precisa de atendimento m?dico, isso n?o lhe ser? negado. E garanto mais, com certeza n?o ? s? ele, muitos outros est?o doentes precisando de aux?lio?, concluiu o major.
?Nosso principal intento ? preservar e enfrentar a pr?tica de il?citos ambientais e garimpagem ilegal naquela regi?o?, refor?ou o major.