Representantes de policiais penais e civis de Roraima buscam estabelecer diálogo com o Governo do Estado sobre a reposição salarial anual de 4,62% para evitar uma paralisação geral. Ao menos 12 sindicatos de servidores estaduais estudam essa possibilidade.
Entre eles, estão os sindicatos dos Policiais Civis (Sindpol) e dos Policiais Penais de Roraima (Sindpperr). Em entrevista ao programa Agenda da Semana, da Folha FM, a presidente do Sindperr, Joana Dark, revelou que as categorias têm, ao menos, até 30 de maio para decidir sobre a paralisação (confira o programa completo ao final da reportagem).
“Estamos organizando assembleias com as categorias pra conversar, se vai se esperar mais uma semana e até o dia 30 de maio”, disse Joana, que ressaltou que, no caso das polícias, não se pode falar de greve, porque as corporações são serviços essenciais. “Podemos deixar de fazer aquele plus no dia a dia”, explicou sobre diminuir a carga de trabalho, se preciso.
O presidente do Sindpol, Leandro Almeida, afirmou que servidores estaduais em geral acumulam quase 40% de perda no poder de compra e explicou que percentual de 4,62% solicitado é o mesmo concedido a outros órgãos autônomos estaduais, como Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública, em virtude das perdas de 2023.
“Não é aumento salarial, mas manutenção do poder de compra”, disse ele, que ainda critica o governador Antonio Denarium (Progressistas) por sancionar reajustes a outros Poderes por meio do mesmo orçamento estadual, descumprindo legislações vigentes. “O que a gente está pedindo está longe de cobrir a perda de compra”, acrescentou Joana Dark.
“Espero que, no decorrer desta semana, o governador do Estado nos chame pra conversar, pra que a gente consiga negociar. No ano passado, passamos pela mesma celeuma e preocupação. Não conseguimos receber na data correta, neste ano já passou – 1º de maio -, mas conseguimos receber para julho. Estamos sempre dispostos a negociar, pra não tomar medidas mais duras”, disse Joana.
“Esperamos que o Governo possa se sensibilizar e receber os sindicatos pra que a gente possa dar uma solução e evitar maiores traumas. Não é nosso desejo”, destacou Leandro Almeida. “Não queríamos fazer um acampamento em frente ao Palácio [Senador Hélio Campos], mas se for necessário, nós vamos sim pra lá e sem data pra sair”.
Governo de Roraima
Em abril, quando os servidores estaduais ameaçaram uma paralisação geral, o governo estadual declarou ser “sensível a qualquer reivindicação vinda do funcionalismo público estadual” e que estudava a demanda do reajuste.
O Poder Executivo de Roraima dissera, ainda, que buscava se reenquadrar nos percentuais estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal em relação ao limite de gasto com pessoal, para adotar qualquer medida.