Um policial militar, acusado pela morte de Wellington Santos da Câmara, 35 anos, ocorrido em maio do ano passado, deve ir a julgamento pelo Tribunal do Júri. A decisão judicial ainda cabe recurso por parte da defesa.
O policial foi denunciado pelo Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR), em julho de 2019, por homicídio duplamente qualificado. Na denúncia, o órgão ministerial pediu indenização pecuniária, em caso de condenação, a ser arcada pelo réu em favor da família da vítima.
O crime ocorreu no dia 31 de maio de 2019, na casa da vítima, no bairro Santa Luzia, zona Oeste de Boa Vista. Após cometer o delito, o policial militar prestou depoimento e foi autuado em flagrante por homicídio.
Segundo a denúncia, no dia do crime o policial militar pediu reforço para uma guarnição do BOPE, alegando que foi ameaçado por um homem armado. Ao chegarem no local, os policiais fizeram a varredura nas imediações enquanto o denunciado invadiu a casa da vítima.
De acordo com os parentes de Wellington Santos Câmara, o soldado fez a vítima se ajoelhar, exigiu o pagamento de uma suposta dívida e atirou duas vezes contra ele. A execução teria sido na frente dos familiares, incluindo quatro crianças que estavam na casa.
Para o promotor de Justiça, Diego Oquendo, o crime foi praticado mediante recurso que dificultou a defesa da vítima. “No momento do crime, Wellington Santos encontrava-se desarmado e ajoelhado, implorando para que o suspeito não o matasse. Circunstância que dificultou quaisquer chances de reação”, destacou.
Para o Ministério Público, as investigações também apontam que o crime foi cometido por motivo torpe em razão de uma suposta dívida que a vítima teria com o militar decorrente da venda de cosméticos.
Perda do cargo
Na denúncia, o MPRR também requereu a decretação da perda do cargo, em caso de sentença favorável ao pedido ministerial. A pedido da Promotoria de Justiça do Tribunal do Júri, o réu continua em prisão preventiva.