Polícia

Suposto esquema de vereador para compra de votos é alvo da PF

O esquema consistiria no pagamento em dinheiro e repasse de combustível por cada voto conseguido por policiais penais

Matéria atualizada às 12h25 com posicionamento da defesa do vereador Kléber Siqueira

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira,  16,  a operação Dejavu, que cumpre sete mandados de busca em Boa Vista. Segundo informações repassadas pela a Superintendência da Polícia Federal em Roraima (PF-RR), a investigação apura suposta compra de votos do vereador de Boa Vista, Kléber Siqueira (SD), nas eleições de 2020, com a participação de policiais penais. 

Foram cumpridos mandados na Câmara Municipal e na casa do vereador no bairro São Francisco. O esquema consistiria no pagamento em dinheiro e repasse de combustível por cada voto conseguido pelos agentes públicos. 

Durante as investigações, a polícia constatou a entrega de valores em uma residência e arrecadou requisições em um posto de combustível na cidade. Além disso, uma lista com mais de 600 nomes de prováveis eleitores cooptados foi encontrada pela Polícia Federal.

“Restou demostrando no inquérito que os policiais penais foram responsáveis pelo transporte de valores que teriam sido utilizados para comprar votos um dia antes do pleito”, diz trecho da nota.

A reportagem da FolhaBV apurou que um dos policiais penais investigados também teve seu nome ligado à operação Alésia, da PF,  que visava desarticular organização criminosa na Sejuc.

DEJAVU – O nome da operação significa em francês “já  visto”, em razão de semelhanças com operações anteriores da Polícia Federal. 

CÂMARA MUNICIPAL – Em nota a Câmara Municipal de Boa Vista informou que no dia de hoje, foi executada pela Policia Federal um mandado de busca e apreensão no gabinete de um dos parlamentares, relativo a questões eleitorais. A nota diz que não foram encontrados ou aprendidos nenhum material/objeto suspeito no local.

“A Câmara se coloca sempre a total disposição das autoridades no sentido de garantir que as mesmas tenham acesso garantido para que possam o quanto antes, esclarecer os fatos.”, finalizou a nota.

GOVERNO – O Governo do Estado se pronunciou sobre o suposto envolvimento de policiais penais no esquema investigado pela PF. Confira a nota na íntegra:

“A Secretaria de Justiça e Cidadania informa que será aberta investigação administrativa para apurar os fatos. O Governo de Roraima não compactua com nenhum tipo de desvio de conduta de servidor e informa que está colaborando de forma integral com as apurações. Nos casos em que houver comprovação de crimes administrativos, serão adotadas as medidas cabíveis, que vão desde o afastamento até o desligamento do servidor de suas funções. Se for constatada infração, será feito o desligamento das funções, e as vagas serão ocupadas pelos novos policiais penais aprovados no concurso público que está em andamento”, informou em nota.

OUTRO LADO 

A reportagem da FolhaBV entrou em contato com o advogado de defesa do vereador, Joaquim Neto que informou á reportagem que a investigação ainda está em fase cautelar, que serve para coletar provas para se apurar algum tipo de ato, podendo haver posterior denúncia ou não.

A assessoria de comunicação do vereador também emitiu nota. Confira na íntegra:

A assessoria de Comunicação do Vereador Kleber Siqueira (SD) informa que o parlamentar não teve acesso aos autos do processo da referida operação, não sabendo ao certo do que se trata. Ressalta ainda que NÃO HOUVE PRISÃO DO VEREADOR, mas que ele foi conduzido coercitivamente para prestar esclarecimentos e já foi liberado.

Quanto a arma encontrada na residência do parlamentar, ressaltamos que a mesma pertence a um policial, amigo do vereador, que por descuido a havia esquecido na casa e ainda, que este servidor estadual está esclarecendo os fatos à justiça quanto a sua responsabilidade ao bem (arma).

Destacamos ainda que o vereador está à disposição da justiça para prestar quaisquer esclarecimentos acerca dos fatos.

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