O suspeito de matar Daniel Nascimento de Brito, de 18 anos, com uma facada alegou ter agido em legítima defesa, após anúncio de roubo do jovem. A versão foi dada à FolhaBV pelo advogado de defesa de J.W.S.S, Diego Rodrigues.
O acusado, conforme Rodrigues, é eletricista e costuma andar com uma faca para auxiliar em pequenas manutenções de fios. No dia do ocorrido, 18 de junho, J.W.S.S estaria bebendo no mesmo bar em que Daniel e a companheira. Após um tempo, a vítima teria dito ao dono do estabelecimento que estava indo embora, quando ele pediu para que o suspeito desse carona ao casal.
“Ele não é motorista de aplicativo, como estão alegando. Na verdade, ele estava num bar como um cidadão comum e o dono do bar pediu, já está confirmado esse depoimento, para ele dar uma carona para a suposta vítima e a mulher, e eles anunciaram o assalto dentro do carro”, conta o advogado.
Segundo a defesa, o eletricista parou para abastecer o veículo e o casal desceu, mas teria retornado após insistência dele. Teria sido, então, que Daniel e a companheira teriam anunciado o roubo e pedido para seguir a uma localidade estranha.
“Ele [J.W.S.S] começou a desconfiar, […]tentou ficar enrolando a vítima [Daniel], isso já dentro do veículo. Foi quando ele visualizou uma distribuidora. Isso tudo comprovado, nós temos ele [J.W.S.S] descendo do carro, [fingi que] carro dá um probleminha e, na oportunidade que ele tem, pede ajuda do pessoal da [distribuidora]. Mas ninguém acreditou”.
O ato
É nesse momento, de acordo com o advogado, que o casal sai do carro. O eletricista então teria anunciado que ia ligar para a polícia e retorna ao carro para ir atrás de Daniel e a mulher. Quando alcançou o casal, J.W.S.S desceu, discutiu com Daniel e puxou a faca, acertando o jovem.
“Foi muito rápido. Pegou em algum órgão vital e aí ele, é claro, com medo da situação, com medo dos familiares, com medo das pessoas ao redor dali, realmente, saiu ignorado tentando preservar a sua vida”, afirma a defesa.
O eletricista informou ao advogado que não conhecia Daniel. Apresentou-se, junto com Diego Rodrigues, a delegacia de polícia cinco dias depois do crime, no dia 23 de junho. J.W.S.S já foi acusado de outro homicídio em 2010, mas recebeu absolvição em junho de 2019. J.W.S.S também responde em um caso de violência doméstica que corre em segredo de justiça.
“A tese realmente é a legítima defesa pultativa porque ele [J.W.S.S] imaginava que acontecer algo pior se ele não tivesse agido e quem teria morrido era ele. Quem estaria contando a história que seria os familiares dele, que poderiam estar sofrendo. Presto até as minhas condolências ao meus familiares [do Daniel], ele [J.W.S.S] não queria isso tivesse ocorrido mas teve que se defender”, pontuou o advogado.
