Polícia

Taxista que fazia rota para Bonfim é executado na frente da família

Bandidos estavam seguindo táxi e executaram taxista assim que ele chegou ao portão de casa, junto com a família

Por volta das 23h de quarta-feira, dia 06, o taxista intermunicipal Israel Correia da Silva, de 39 anos, foi morto com seis tiros ao chegar em sua casa, na Rua Floriano Peixoto, bairro Centenário, zona oeste de Boa Vista. Ele foi executado na frente da família, dentro do táxi em que ele trabalhava. Os bandidos agiram com rapidez e não deram condições para a vítima reagir. Os filhos e a esposa que testemunharam o crime ficaram em estado de choque.

A irmã do taxista contou, em entrevista à Folha, sobre os momentos que antecederam o assassinato. Ela disse que Israel levou a família para um evento na escola onde a filha estuda e, em seguida, foram para uma pizzaria no bairro Raiar do Sol, também zona oeste. Na volta para casa, a esposa desconfiou de dois homens que seguiam o carro em uma motocicleta.

“Ela disse que vinham atrás dois motoqueiros e ela achou que era assalto, mas ele desviou o caminho e os homens na moto sumiram. Aí ele foi embora para casa, mas quando chegaram ao portão, eles viram que os homens estavam parados na esquina. Ela disse que era um assalto, que iriam assaltar, mas ele pediu para abrir o portão e entrou de uma vez. Ele achou que iria dar tempo de entrar e fechar o portão sem que os bandidos chegassem. Mas quando ele colocou o carro para dentro, o bandido entrou junto e atirou nele”, disse.

A esposa de Israel estava no banco do passageiro e os filhos dormiam no banco detrás. “Ele caiu na perna dela. Acredito que já tenha caído morto. Eles chegaram para matar, não levaram nada”, disse a irmã do taxista. Apesar do número de disparos, somente o condutor foi alvejado.

A família ressaltou que não tem conhecimento de que o taxista tenha rixa com qualquer pessoa e nem mesmo se estava envolvido com algum ilícito. O único detalhe que a irmã deu é de que, no passado, ele teve envolvimento com o que ela chamou de “coisas erradas”, mas não quis falar sobre os fatos.

Quando questionada se o taxista teria se recusado a transportar algo ou trazer alguém em atitude suspeita de Bonfim, na fronteira com a Guiana, a leste do Estado, trecho que ele fazia transporte de passageiros semanalmente, ela disse que não tem conhecimento de qualquer ocorrência dessa natureza e que o taxista não costumava compartilhar seus problemas pessoais.

Segundo as informações da polícia, sete tiros foram disparados contra a vítima, sendo que seis acertaram as regiões da cabeça e do tórax. A PM isolou a área até a chegada da perícia criminal, que realizou os procedimentos técnicos para coletar dados que serão anexados ao inquérito do caso.

Agentes da Delegacia Geral de Homicídios (DGH) também estiveram na residência do taxista para obter detalhes do crime com a família e tentar identificar os autores. Cápsulas deflagradas foram encontradas no local.

Na manhã de ontem, 07, após exame cadavérico, o corpo foi liberado à família. Israel deixou a esposa e os dois filhos. As investigações do caso estão em curso, segundo a DGH. A delegada Mirian Di Manzo disse que as equipes estão empenhadas no caso, mas que as informações que chegaram à polícia são as mesmas que foram noticiadas até o momento.

Quando questionada se o caso se tratava de uma execução, pelas características do crime, uma vez que nada foi roubado e nenhum outro integrante da família foi ferido durante a ação dos bandidos, ela apenas relatou que não têm suspeitos e nem motivação. (J.B)