A notícia sobre uma possível transferência de presos gerou tumulto no final da manhã desta quinta-feira, 21, na Cadeia Pública de Boa Vista, localizada no bairro São Vicente, na zona Sul da capital.
Conforme informações obtidas pela FolhaWeb, membros pertencentes a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), que encontram-se presos na unidade, serão transferidos para a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), permanecendo apenas os dententos que fazem parte do Comando Vermelho (CV).
O mesmo deverá ocorrer na Pacm, com a transferência dos demais membros do CV para a Cadeia Pública. O temor é de que novos confrontos entre facções, como a que ocorreu no último domingo, 16, quando 10 presos foram brutalmente assassinados, durante o horário de visitas, ocorram e que a situação que fora de controle.
Por conta disso, o policiamento na Cadeia teve de ser reforçado. Ainda de segundo informações levantadas pela reportagem, os presos a serem transferidos estariam alojados na área externa da unidade.
A transferência dos presos depende agora de decisão da Justiça. À FolhaWeb, a assessoria do Tribunal de Justiça de Roraima informou que os processos correm em segredo e, desta forma, não podem ser repassadas por “determinação legal”.
GUERRA ENTRE FACÇÕES
A situação crítica a que chegou a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc) é resultado da guerra declarada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) contra o Comando Vermelho (CV), pondo fim a uma aliança de quase duas décadas entre as duas maiores facções criminosas do País.
Em Roraima, as duas facções chegaram até a firmar parceria em várias empreitadas e montaram uma espécie de consórcio criminoso no ramo do tráfico de drogas. Os chefes das facções ordenavam de dentro da Penitenciária a abertura de novos pontos de venda de droga na Capital, enquanto os membros da outra facção indicavam os melhores pontos comerciais para assaltar.
O PCC domina a maioria do presídio em Roraima, contando com 85% dos presos, cerca de 1.200. O CV tem 10%, pouco mais de 130 membros. “Como aqui em Roraima há mais chance de rebelião, a ‘diretoria’ de São Paulo deu a ordem para matar os inimigos”, revelou o detento.
*Com informações da repórter Tamille Cunha.