Polícia

Tribunal do Júri absolve Silvino Lopes 16 anos depois da chacina do Cauamé

Passados quase 16 anos, o Tribunal de Júri inocentou, ontem à noite, por unanimidade, o ex-delegado da Polícia Civil Silvino Lopes, que foi acusado de ser mandante da chacina do Cauamé, crime ocorrido no dia 5 de novembro de 2000, na praia do balneário Cauamé, no trecho Norte da BR-174.

O julgamento, que durou mais de 12 horas, terminou ontem à noite no Fórum Criminal da Comarca de Boa Vista Ministro Evandro Lins e Silva, no bairro Caranã. A acusação foi conduzida pelo promotor de justiça Carlos Paixão de Oliveira.

Na época do crime, o advogado Silvino Lopes era ex-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados em Roraima (OAB-RR), o que acabou causando grande repercussão na sociedade. Um dos sobreviventes do massacre o reconheceu por meio de fotografia, o que motivou sua prisão.

Silvino Lopes foi inocentado da acusação de homicídio triplamente qualificado em razão do motivo fútil, meio cruel e recurso que dificultou a defesa das vítimas e ainda por tentativa de homicídio. Foi a segunda vez que o ex-delegado foi a julgamento e inocentado.

Em 2001, Silvino Lopes foi absolvido pelo júri, porém o Ministério Público recorreu e a Justiça anulou o julgamento. Apesar de recorrer da decisão, Lopes teve todos os pedidos indeferidos, inclusive pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

“O MP fez o seu papel. Em que pese o STF tenha acolhido o recurso do Ministério Público e determinado a realização de novo julgamento, o Tribunal do Júri, que naquela ocasião representa a sociedade, com toda sua soberania, e contrário à prova dos autos, lamentavelmente absolveu o réu. Agora é aguardar a justiça divina”, disse o promotor Carlos Paixão. Da decisão não cabe mais recurso.

O CRIME – Sete adolescentes e jovens, com idades de 13 a 21 anos, foram brutalmente assassinados às margens do Rio Cauamé. Outros dois jovens acabaram sobrevivendo à ação, mesmo feridos. Um deles se fingiu de morto e uma jovem conseguiu fugir e ser socorrida por um homem que a levou até o Pronto Socorro, no Hospital Geral de Roraima (HGR).