Polícia

Vaqueiro acusado de matar e decapitar vítima é preso

Durante uma ação integrada entre policiais civis de Bonfim e policiais da Operação Hórus/VIGIA, foi cumprido no final da tarde de ontem, dia 11, um mandado de prisão preventiva em desfavor de um vaqueiro de 50 anos.

A ação ocorreu numa fazenda, na Comunidade do Sapo, na fronteira com a Guiana.

O homem é apontado como autor de um homicídio qualificado, com requintes de crueldade, ocorrido no dia 16 de janeiro de 2020 naquela região, cujo corpo foi encontrado quatro dias depois, na Comunidade Indígena Pium, na Cachoeira do Sapo, boiando no rio Tacutu, sem cabeça e com as vísceras expostas.

Na época, o acusado afirmou que teria matado a vítima em legítima defesa e disse que foi atacado pela vítima quando o mesmo estaria possuído pelo espírito maligno indígena conhecido como ‘Canaimé’, que naquele momento tinha assumido a aparência de uma onça.


O corpo foi encontrado dentro de um rio (Foto: Divulgação)

De acordo com informações prestadas pelo delegado titular de Bonfim, Alberto Alencar, essa é a terceira incursão dos policiais para prender o vaqueiro, que por conhecer bastante a região, conseguia burlar o cerco policial. Durante o dia de ontem, os agentes reforçaram o trabalho e conseguiram cercar o acusado e prendê-lo.

O CRIME

O delegado que investiga o crime informou que no dia 20 de janeiro de 2020, foi localizado o corpo da vítima, que até a data de hoje não foi identificada. Inicialmente, logo após diligências, os policiais identificaram o vaqueiro como autor do crime. Ele confessou sua participação e contou que um canaimé, do sexo masculino, travestido de onça pintada lhe atacou e, para se defender, como estava em posse de um facão o atingiu com vários golpes.

“Logo após o crime, a identificação da vítima foi atribuída a um homem. Mas a equipe do IML comprovou que se tratava de uma vítima do sexo feminino. A cabeça da vítima nunca foi localizada, tampouco há registros de desaparecimento de mulheres nesta região. A suspeita é de que a vítima possa ser guianense”, destacou o delegado.

Para o delegado, a hipótese que se investigada é de que a mulher tenha sido estuprada e morta pelo infrator e que a história contada por ele evolvendo a lenda do canaimé, não se sustenta. Durante as investigações, o suspeito foi reinquirido para um novo interrogatório, mas não foi localizado na região, motivo pelo qual o delegado representou por sua prisão preventiva que foi deferida pela Justiça.

“Para a execução da prisão a equipe do Setor de Investigação e Operação, da Delegacia de Bonfim, numa integração com os policiais da Operação Hórus, fizeram várias diligências e montaram um cerco, conseguindo prendê-lo, estando agora à disposição da Justiça”, informou.

O diretor do DOPES (Departamento de Operações Especiais), que coordena a operação Hórus pela Polícia Civil, Maurício Nentwig, destacou a importância da atuação integrada das Forças de Segurança, com o objetivo de combater o crime e a impunidade.

A Operação Hórus/VIGIA é uma força-tarefa que visa o combate qualificado aos crimes transfronteiriços, às organizações criminosas e o tráfico de drogas em Roraima, que conta com a participação de integrantes da Polícia Civil de Roraima,  Polícia Militar, da Secretaria de Segurança Pública e a Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça e Segurança Pública.