Há muito mistério no desaparecimento do guia de turismo venezuelano Hector Luis Junor Buckley, de 31 anos, que estava na Comunidade do Tarau Paru, fronteira do Brasil com Venezuela, no município de Pacaraima, Norte do Estado, quando foi visto pela última vez. A família acredita na possibilidade de que o homem tenha sido assassinado, mas ainda se apega à esperança de encontrá-lo com vida. A vítima sumiu no dia 12 de Abril.
Segundo a irmã, as autoridades policiais, a quem compete investigar o caso, não deram resposta até o momento sobre o paradeiro da vítima, depoimentos de testemunhas e de suspeitos. A família ainda chegou a destacar que um casal chegou a ver um homem, que se supõe ser Hector, sendo brutalmente agredido por indivíduos vestindo preto e encapuzados. Os elementos eram todos de origem venezuelana e indígenas porque falavam nos dois idiomas e afirmam estar “trabalhando pela segurança”.
A irmã do guia ainda explicou que ele tinha entrado no Brasil como refugiado junto à esposa que estava grávida e depois de receber um primeiro atendimento do serviço das instituições que recebem os venezuelanos, jantou e disse que iria à Comunidade recarregar a bateria de sua lanterna na casa de uma amiga, e acabou desaparecendo.
Um irmão da vítima contou que foi até Tarau Paru, onde conversou com o Tuxaua e pediu autorização para fazer buscas na área que fica no entorno da comunidade, mas desde então não tiveram sucesso nas buscas. O Tuxaua chegou a comentar que Hector pode ter sido identificado como “Canaimé” por pessoas de outras comunidades indígenas e por esse motivo teria desaparecido.
A amiga confirmou que Hector passou em sua residência naquela noite, deixou a lanterna carregando e saiu para não voltar mais. No dia 22 de Abril o filho do guia de turismo nasceu. Conforme a família, cerca de 800 pessoas que moravam nas comunidades a cerca de Santa Elena de Uairen cruzaram a fronteira no mesmo dia que Hector, na intenção de fugir da violência e se instalaram na comunidade de Tarau Paru.
“Já que o fato ocorreu no Brasil e ele está na condição de refugiado, a denúncia foi feita na Polícia Civil. Familiares e amigos seguem procurando por ele, usando seus próprios meios, já que seu desaparecimento aconteceu no Brasil e autoridades venezuelanas não podem atuar”, finalizou. (J.B)