Por volta das 19h30 de segunda-feira, 18, enquanto aguardavam uma viatura da Força Nacional para trabalhar, dois policiais informaram que estavam em casa e ouviram gritos do lado de fora, descobrindo que se tratava de um assalto a uma jovem de 26 anos quando, então, decidiram intervir. Um deles deu voz de prisão aos autores do crime e ao vê-lo fardado, um dos suspeitos, identificado como Argenis Rafael Jimenes Reis, 22 anos, virou-se para o policial e apontou uma arma de fogo, fazendo menção de que iria atirar.
O agente contou que sacou sua pistola e atirou contra os suspeitos, mas eles conseguiram fugir numa motocicleta por aproximadamente 500 metros e no cruzamento com a Rua João XXIII, bairro Aparecida, colidiram em um automóvel e caíram.
Quando chegaram ao local do acidente, os policiais informaram que viram Rafael Jimenez pulando o muro de uma residência vizinha. Diante da situação, eles pediram apoio a policiais militares. Assim que o reforço chegou, a equipe montou um cerco e fez uma varredura no quintal de uma casa onde supostamente o suspeito estava escondido, na Rua Paraviana, ainda no bairro Aparecida. O jovem foi localizado por um dos policiais num beco.
Conforme a equipe, ele estava ferido com um tiro no pé direito e foi encaminhado ao Hospital Geral de Roraima (HGR). No local do acidente entre os veículos, o Samu socorreu o outro venezuelano, identificado como Geise Rene Mota Garrido, de 38 anos, que estava caído e desacordado. A médica socorrista constatou que o homem tinha sido atingido por um tiro e estava morto.
A vítima explicou que estava chegando do trabalho e se preparando para entrar em casa quando foi abordada pelos dois indivíduos que usavam uma motocicleta. Ela disse que um homem desceu da garupa, anunciou o assalto e puxou seu cabelo, dando várias coronhadas em seu corpo até conseguir tomar o celular. Por causa das agressões, a mulher gritou. Assim que preso, o celular foi achado com Argenis Rafael Jimenes.
Um cão farejador da Polícia Militar encontrou a arma supostamente usada pelo suspeito, uma pistola 9mm [milímetros], carregada com cinco munições intactas. A dona da residência confirmou que a arma foi encontrada no quintal de sua propriedade. Uma jovem, de 18 anos, também foi à delegacia para registrar um boletim de ocorrência e reconheceu Argenis Rafael Jimenes como autor do roubo de seu telefone, dias atrás, na Rua Caimbé, bairro Paraviana.
Todo o material apreendido e o suspeito foram levados para a delegacia. O conduzido acabou sendo autuado em flagrante por roubo e permaneceu preso na unidade policial até a manhã de ontem, 19, quando foi apresentado à Justiça em audiência de custódia.
PARENTES – Na manhã dessa terça-feira, a família de Geise Rene Mota Garrido foi ao IML para liberar o corpo e demonstrou total surpresa ao saber que ele estaria envolvido no caso de roubo que resultou em sua morte.
O filho e a mulher declararam que ele trabalhava no Brasil com carteira assinada, era pedreiro e não tinha motivos para cometer assaltos. A família vive no País há três anos. O corpo de Geise Garrido será levado para a Venezuela, onde será sepultado. A investigação do caso ficará a cargo da Delegacia Geral de Homicídios (DGH).