Na madrugada de ontem, dia 20, o pedreiro de origem venezuelana Orangenis de Jesus Zapata Garcia, de 29 anos, morreu no Hospital Geral de Roraima (HGR) após ser esfaqueado enquanto caminhava com o irmão na Rua Universo, bairro Raiar do Sol, na zona Oeste da Capital. O fato aconteceu por volta da 00h20, ao resistirem a um assalto.
A cunhada da vítima, que é brasileira, chamou a polícia e explicou que horas antes do crime, Orangenis saiu com o irmão para cortar o cabelo quando foram atacadas por uma dupla de moto. O irmão disse que ambos estavam caminhando e conversando quando foram parados por dois assaltantes que exigiram que entregassem os aparelhos celulares.
Os dois irmãos recusaram-se a atender ao pedido do criminoso, momento em que o garupa desferiu um golpe de faca na região do lado esquerdo do abdômen de Orangenis. Após o ocorrido, os dois irmãos voltaram para casa, mas assim que chegaram a vítima começou a passar mal em virtude do ferimento.
Percebendo que o quadro de saúde da vítima estava piorando, a cunhada acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que chegou junto com a polícia. Ao fim dos procedimentos de primeiros socorros e estabilização de Orangenis, ele foi encaminhado ao Pronto Socorro Francisco Elesbão, no HGR, para receber atendimento médico especializado.
O irmão não soube relatar com precisão as características dos bandidos e do veículo utilizado por eles, sabendo apenas que era de cor preta. Como não foi possível obter detalhes, os policiais aconselharam que a cunhada e o irmão da vítima fossem até a delegacia para fazer o registro do Boletim de Ocorrência (B.O).
Devido às complicações ocasionadas pela hemorragia interna, Orangenis acabou morrendo ainda na madrugada. O corpo foi removido por uma equipe do Instituto de Medicina Legal (IML) para ser submetido ao exame de necropsia, mas ao fim do procedimento, na manhã de ontem, não foi liberado aos familiares que alegaram não ter condições financeiras de custear as despesas do serviço funerário.
Além disso, a família também denunciou que foram informados pela Secretaria do Trabalho e Bem-Estar Social (Setrabes) que o auxílio-funerário não estava disponível. Não vendo outra solução, o irmão e a cunhada fizeram apelos nas redes sociais e aplicativos de compartilhamento de mensagens, pedindo contribuição para pagar os gastos com a funerária.
A expectativa é que somente neste sábado a família consiga liberar o corpo para realização de funeral e sepultamento. O caso está sendo investigado pela Delegacia-Geral de Homicídios (DGH).
OUTRO LADO – Em relação à suspensão do benefício prestado a famílias carentes, a Setrabes informou, por meio de nota, que está trabalhando para regularizar o serviço do auxílio-funeral, que é eventualmente concedido a pessoas em vulnerabilidade social para realização de translado e sepultamento dentro do Município de Boa Vista.
“A família solicitante deve atender aos pré-requisitos que caracterizem a situação de vulnerabilidade, verificada em triagem social realizada por assistentes sociais do Governo do Estado que trabalham no Hospital Geral de Roraima e outros órgãos”, destacou. (J.B)