A onda de crimes não dá trégua em Boa Vista. No começo da madrugada dessa quinta-feira, 26, o segurança patrimonial Edivaldo de Souza Canuto, 25 anos, foi assassinado enquanto dirigia um veículo modelo Fiat/Uno, cor branca, na companhia de outro funcionário da mesma empresa. O local do homicídio foi na rua Álvaro Maia, bairro Aparecida. Dois tiros foram disparados e um deles acertou a nuca da vítima que morreu na hora.
O autor do crime, segundo as testemunhas, foi um motoqueiro. O fato ocorreu à 0h20. Uma testemunha relatou que ainda estava assustada ao perceber que se tratava de um homicídio.
“Estávamos na área da nossa casa e ouvimos dois tiros, momento em que fomos ver do que se tratava. Foi quando a gente viu o carro parado na rua e o homem correndo, falando que tinha visto um cara de moto, vestido com roupas pretas, que atirou e fugiu. Ele ligou para a Polícia.”
“Cheguei próximo ao corpo e vi a marca de tiro perto da nuca. A gente se assustou porque na hora eu pensei que fosse alguém da rua atirando como louco, porque não tinha movimento”, ressaltou.
O passageiro do automóvel detalhou os momentos de terror e o sentimento de perder o amigo durante o expediente de trabalho. “A gente estava fazendo ronda aqui no bairro quando ouvimos um barulho que parecia ser de tiro ou de pneu estourando, algo do tipo. Quando eu olhei para o lado, meu amigo estava caído no banco, ensanguentado, ao meu lado. Foi então que caiu minha ficha que se tratava de um tiro. Eu olhei para o meu corpo para ver se eu não estava baleado também, enquanto o carro andava sozinho, desgovernado. Eu desliguei o carro, abri a porta e saí correndo, com medo”, enfatizou.
O vigia de um prédio próximo ao local do homicídio socorreu as vítimas, entrou em contato com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e auxiliou o sobrevivente, levando-o para dentro do prédio onde trabalha. Como passava da meia noite, não tinha movimento nas ruas do bairro. No entanto, o passageiro não consegue lembrar do momento em que o autor dos disparos fugiu. “Se passou moto por nós, eu não vi nada. Num momento desses dá um branco na cabeça que eu não consigo visualizar nada. Segundo as pessoas, viram uma moto passar”, acrescentou.
Quando os primeiros tiros foram ouvidos, a vítima e o colega ouviam música em volume baixo. “Enquanto o som tocava, eu conversava com meus familiares que são de São Paulo, respondendo whatsapp, quando isso aconteceu. Pode-se dizer que nasci de novo. O carro tem insulfilme e não sei dizer se eles também queriam me acertar. Não houve nenhum tipo de atrito nesse um mês que eu estou por aqui. Eu nem conheço a cidade direito. Eu estou prestes a ir embora e me acontece uma coisa dessas. É lamentável”, reforçou.
Por fim, o amigo relatou que o motorista era considerado uma boa pessoa, de família. “A gente tinha acabado de sair de casa, não tinha 40 minutos. Tomamos um café e saímos. Não sei dizer se foi retaliação pelo exercício do nosso trabalho. Ainda não entendi o que aconteceu, estou embaralhado, não dá para raciocinar direito”, explicou.
A Polícia Militar chegou ao endereço onde já havia uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) fazendo manobras de reanimação, mas não obtiveram sucesso. Com o óbito confirmado, a Perícia Criminal e o Instituto de Medicina Legal (IML) foram acionados para realizar os procedimentos técnicos e remoção do cadáver.
Agentes da Delegacia Geral de Homicídios (DGH) também estiveram na cena do crime para dar início às investigações. Até o fim da tarde de ontem, nenhum suspeito foi preso pela PM. O corpo da vítima foi examinado no IML e liberado para funeral e sepultamento na manhã dessa quinta-feira (26). (J.B)