Polícia

Vítima de espancamento morre no HGR e esposa quer justiça

A morte do cabo do Exército Elivaldo Silva de Almeida, de 49 anos, é mais um daqueles casos que a Polícia vai ter muito trabalho para esclarecer. A vítima morreu no começo da manhã da quarta-feira, 3, no Hospital Geral de Roraima (HGR), em decorrência das complicações geradas por um traumatismo craniano. Até o momento não há nenhum suspeito e a esposa do militar cobra investigação para que o caso seja devidamente esclarecido.

Conforme a viúva, na segunda-feira, dia 1, a vítima recebeu o salário, saiu de casa, no bairro Bela Vista, por volta das 21h para comprar cinco latinhas de cerveja e não retornou mais. Somente às 7h40 da terça-feira, 02, a esposa disse que recebeu um telefonema de um enfermeiro que serviu no 7o Bis juntamente com Edinaldo e o reconheceu. Como é amigo da família, o servidor informou que o caso era grave e que o militar estava entubado no trauma.

“Eu quero o papel [relatório] do Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência]. Quando eu voltar de Manaus, vou atrás desse documento. O Samu disse que foi buscar ele no Raiar do Sol. Eu já registrei o B.O [Boletim de Ocorrência] no 5o DP para iniciar as investigações. Me entregaram ele já morto”, explicou a mulher.

A viúva ressaltou que ao chegar ao HGR, na manhã do dia 2, não conseguiu entrar no trauma, mas foi informada de que o esposo recebeu uma pancada muito forte na nuca e teve afundamento de crânio. “Ele deu entrada às 3h da madrugada [da terça-feira] e a cirurgia só foi realizada às 11h40 da manhã, quando eu cheguei, que viram que tinha familiar, aí deram atenção. Quando saiu do Centro Cirúrgico, retornaram com ele para o trauma porque não tinha vaga na UTI [Unidade de Terapia Intensiva} e ele precisava ir urgente para UTI. Ele morreu no trauma porque a UTI estava cheia”, reclamou.

A esposa da vítima disse que retornou para casa por orientação da equipe médica, informando que a condição da vítima era estável e que não precisava ficar no Hospital porque qualquer eventualidade chamariam a família. “Deixei meu número de telefone e me ligaram quarta-feira de manhã. Quando eu cheguei tinha médico, psicólogo e assistente social e eu pedi para parar com aquela palhaçada porque eu já sabia o que eles queriam comigo e eles foram obrigados a falar o que eu já sabia.”, enfatizou.

Até o momento a família não tem nenhum suspeito de ter matado Elivaldo, mas disse que vai descobrir. O corpo do militar foi transladado para a cidade de Manaus, onde estão os familiares e onde vai acontecer o sepultamento. “Nós fizemos um velório aqui, para amigos e família, e estamos indo para Manaus, onde vai acontecer outro funeral e o enterro”, concluiu.

O laudo emitido pelo IML, cuja cópia foi entregue para a família, reforça que a morte foi causada por traumatismo cranioencefálico e trauma contuso em crânio causados por arma branca, podendo ser madeira, barra de ferro ou qualquer outro material contundente.

SESAU – A reportagem da Folha pediu que Secretaria Estadual de Saúde se manifestasse a respeito da denúncia feita pela viúva, mas até o momento não obtivemos qualquer resposta. (J.B)