Política

‘Ou acaba com a Operação Acolhida ou ela acaba com RR’, diz Telmário Mota

Senador foi um dos entrevistados no Agenda da Semana desse domingo (31)

O movimento migratório em Roraima foi um dos assuntos abordados durante a entrevista com o senador Telmário Mota (PROS) no programa Agenda da Semana, apresentado pelo economista Getúlio Cruz, na Rádio Folha FM, desse domingo, 31. Mota firmou que Operação Acolhida não foi feita com o espírito humanitário e se ela continuar, “vai acabar com Roraima”.

“Ou acaba com a Operação Acolhida ou ela acaba com o Estado de Roraima, pois ela não foi feita com o espírito humanitário e sim para estrangular o estado e foi o que aconteceu, que, inclusive, precisou de intervenção federal. Roraima é o primeiro estado, desde a constituição de 1988, a ter uma intervenção federal, isso ocorre quando se perde toda a capacidade de gestão”, declarou.

Segundo ele, em 2015, quando começou a crise econômica, política e financeira na Venezuela, inicialmente, os imigrantes seguiam o caminho para outros países que falavam a mesma língua e que eram fronteiras mais próximas da região. Eles não tinham a tendência de vir para o Brasil, devido à dificuldade da língua e por ser mais distante.

“Mas naquele momento tinha o movimento de um grupo querendo aproveitar essa situação, para jogar Roraima dentro de uma crise e o primeiro plano foi dar celeridade na aprovação da lei da imigração. Vendo as articulações, eu disse para não tentarem fazer uma ajuda humanitária aos venezuelanos dentro do Brasil e indiquei um local estruturado para isso”, relatou.

Por outro lado, a ex-prefeita fez uma reunião com 10 ministros e em coletiva anunciou uma ajuda aos venezuelanos de R$ 700 a R$ 1,2 mil de aluguel, alimentação e mais transporte, para interiorizar para outros estados. “Isso caiu dentro da Venezuela como uma chama. As pessoas estavam indo aleatoriamente para outros países, viu o Brasil como um ‘céu’”, enfatizou o político.

Diante daquela situação de crise, os imigrantes viram que o Brasil estava de portas abertas, oferecendo aluguel, comida e outros benefícios. “Todavia, quando a situação estava fora do controle, foi criada a Operação Acolhida, onde já foram gastos mais de R$ 1,5 bilhão. E qual foi a solução? Nenhuma”, citou Mota, ao destacar que um país de 30 milhões de habitantes não cabe dentro de um estado, “que tem pouca infraestrutura para uma população de pouco mais de 500 mil pessoas”.

Após o processo de fluxo migratório intenso, o qual foi financiado com recursos do Governo, na base em mais de R$ 600 milhões, que estão em processo judicial de devolução, e o Executivo não teve mais condições de manter os serviços básicos.

“O presidente Jair Bolsonaro veio e fechou a fronteira. Isso foi o estrangulamento total, uma vez que dali vinha o calcário, a energia, o ferro, o combustível e nós exportávamos alimentação, em contrapartida”, explicou o senador. Sobre a Operação Acolhida, o senador informou que a maioria dos investimentos é de fora do estado, pouco beneficia Roraima. 

Telmário Mota ressaltou que ao fechar a fronteira, a imigração continuou e o fluxo comercial ficou paralisado. “Fui a Venezuela e conversei com Maduro e fiz três pedidos: abertura do comércio, energia e ele autorizou na hora, só que o pagamento ele queria em real e alimentação. Mas quando estava acontecendo esse processo, Jair Bolsonaro reconheceu Juan Guaidó como presidente da Venezuela e rompeu de novo”, completou.