Política

“Dia triste”, dizem deputados em sessão que manteve prisão de Jalser

Nesta segunda-feira (4), a Assembleia Legislativa realizou sessão extraordinária para decidir sobre a manutenção da prisão do deputado Jalser Renier

“Quero dizer que não pode existir missão mais difícil que esta, e confesso que é difícil relatar uma matéria dessa, em ter que emitir um relatório, parecer e voto, considerando a gravidade dos fatos, e contra um parlamentar que convive com a gente. É muito difícil, ainda mais envolvendo policiais militares da corporação que sou integrante, pois eu sempre digo que estou deputado, mas eu sou um policial militar”.

Esse trecho foi dito pelo deputado Coronel Chagas (PRTB), ao encerrar a leitura do relatório da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), da Assembleia Legislativa de Roraima (ALERR), sobre o caso envolvendo a prisão preventiva do deputado Jalser Renier (Solidariedade), acusado de ser o mandante do sequestro do jornalista Romano dos Anjos.

Após Coronel Chagas ler o relatório, outros parlamentares se manifestaram sobre a decisão da Assembleia em manter a prisão preventiva de Jalser. Confira o que disse Jorge Everton (sem partido), Aurelina Medeiros Podemos), Jefferson Alves (PTB), Nilton do Sindpol (Patriotas), Gabriel Picanço (Republicanos), e o presidente da ALE, deputado Soldado Sampaio (PCdoB).

Soldado Sampaio

“É triste ter que decidirmos pela manutenção da prisão de um colega de parlamento. Mas não podemos permitir que essas coisas aconteçam e fiquem sem resposta. Houve um crime repugnante e os órgãos que estão apurando o caso constataram a materialidade dos atos do deputado Jalser. Eu acredito na Polícia, no Ministério Público e no nosso Judiciário. A democracia suporta divergências, suporta críticas da imprensa, mas não suporta covardias e violência contra jornalistas. Esse foi um crime bárbaro, inaceitável sob todos os aspectos. Eu lamento a postura do Jalser Renier e tudo indica, segundo os autos do processo, que tenha se envolvido nessa barbaridade”, disse. 

Jorge Everton

“Eu disse ao próprio Jalser que se tivesse indícios da participação dele no sequetsro do jornalista eu votaria pela manutenção da prisão. O crime cometido foi repugnante. E é lamentável que tenha sido autorizado por um deputado”.

Gabriel Picanço

“É uma situação triste para o parlamento roraimense, mas é uma medida necessária”.

Aurelina Medeiros

“É um momento difícil, é imperdoável que um parlamentar se envolva em um crime dessa natureza. Nós fazemos leis para beneficiar e melhorar a condição de vida das pessoas. Mas não podemos perdoar atitudes arbitrárias que causem danos a qualquer cidadão. Infelizmente as provas são consistentes sobre a participação do colega Jalser Renier. É lamentável”.

Jefferson Alves

“É um dia difícil para o parlamento, mas o dia mais difícil quem teve foi o Romano e sua esposa. Nós não podemos achar que somos intocáveis e que estamos acima da população”.

Nilton Sindpol

“Confio no trabalho da Polícia Civil e nas conclusões finais do Ministério Público e do Poder Judiciário. Para mim está claro que o deputado Jalser Renier mandou sequestrar o jornalista e chefiava uma organização criminosa dentro desta Casa. Não podemos deixar que esse Poder Legislativo tão achincalhado possa ser novamente jogado na lama. É preciso afastar dessa casa legislativa um mal chamado Jalser Renier”.