A Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) pediu a prisão do ex-deputado estadual Jalser Renier após troca de cadeiradas com o deputado Jorge Everton (União Brasil) em uma pizzaria, e de xingamentos ao presidente da Casa, Soldado Sampaio (Republicanos), em live realizada após a confusão. Renier é inimigo político dos parlamentares.
A medida que aciona a Procuradoria-Geral no caso consta no ato assinado pela mesa diretora, presidida por Sampaio. O documento de 6 de julho só foi publicado nessa segunda-feira (10), no Diário da ALE-RR. A mesa pede uma série de medidas para garantir o livre exercício do mandato parlamentar.
Além da prisão do ex-presidente da Casa, a mesa pede a proibição da entrada do ex-deputado na sede e nos demais prédios da ALE-RR para “preservar a ordem e evitar possíveis confrontos ou situações de risco”.
A chefia do Poder Legislativo também pede a proibição de Jalser Renier de se aproximar, por qualquer meio, com Everton e demais testemunhas envolvidas no processo que apura o sequestro e da tortura do jornalista Romano dos Anjos.
A mesa diretora ainda solicita novas medidas cautelares judiciais para reforçar as restrições, considerando circunstâncias atuais e a necessidade de evitar possíveis ameaças ou atos prejudiciais. Por fim, pede cautelar contra possíveis novos ataques contra parlamentares.
Procurado pela Folha, Jalser Renier afirmou que o ato demonstra “irresponsabilidade” da ALE-RR e reitera acusações de conspiração de Soldado e Everton contra ele. “A Assembleia não dá a palavra final, quem dá a palavra final é a Justiça. E nela eu acredito. Eu não acredito na Assembleia, mas eu acredito na Justiça”, afirmou Renier, voltando a afirmar que Jorge Everton provocou a confusão. “Ele veio na minha direção, piscando olho e mandando beijinho pra mim. E aí, imediatamente, eu reagi, essa é a verdade dos fatos”.
Jalser Renier já foi aliado de Soldado Sampaio e Jorge Everton, mas isso mudou em virtude do processo que levou a cassação do ex-presidente da ALE-RR em fevereiro de 2022.
Renier, que era deputado estadual há 27 anos, perdeu o mandato em virtude da acusação de ter praticado omissão, ameaça a autoridades e obstrução de investigações do Caso Romano. Ele nega e pede solução definitiva para o processo, no qual é réu na Justiça por supostamente ser o mandante do crime.