A denúncia de irregularidades no atendimento da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Geral de Roraima (HGR) e de pagamentos indevidos para servidores terceirizados que não cumprem a jornada de trabalho motivou o pedido de esclarecimentos da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) para a secretária estadual de Saúde, Cecília Lorezon.
A decisão foi tomada pelos membros da Comissão de Saúde e Saneamento da Assembleia após reunião na manhã de quinta-feira, 01. Na ocasião, estiveram presentes os deputados Neto Loureiro (PMB), Renato Silva (PRB), Nilton do Sindpol (Patriota), Ione Pedroso (SD) e Aurelina Medeiros (Podemos).
O deputado Renato Silva (PRB) afirmou que recebeu a informação de uma servidora do hospital relatando que dois pacientes morreram supostamente devido à demora no atendimento na UTI. O relato é que, quando chegou a vez dos pacientes serem atendidos, as vagas teriam sido direcionadas para outras pessoas.
“Um caso foi no mês passado e o outro aconteceu agora. A paciente estava dentro do critério de atendimento na UTI, mas, por pedido do superior, foi colocada outra pessoa no lugar. Queremos ouvir o secretário para saber por que foi tomada essa decisão.”, explicou.
Além da questão do atendimento de pacientes, outra denúncia apresentada aos parlamentares é que uma empresa terceirizada de limpeza estaria recebendo pagamento integral enquanto metade dos funcionários não estaria trabalhando no HGR. Os deputados informaram que já foi solicitado o contrato e mais informações da empresa.
“Vamos apurar os fatos, pois precisamos ter embasamento para saber se é verdade ou não. Caso seja detectada alguma irregularidade, será feito um relatório e encaminhado aos órgãos competentes para que tomem as medidas necessárias”, explicou Neto Loureiro, presidente da Comissão.
Por conta das denúncias, a Comissão irá convocar formalmente a secretaria estadual de Saúde e os adjuntos da pasta para prestarem esclarecimentos, com data ainda a ser definida. A comissão também vai solicitar o relatório quadrimestral da gestão da Sesau, que não é apresentado desde 2017.
De acordo com o presidente da comissão, esse material já foi solicitado antes, porém, até o momento, o Estado ainda não o encaminhou, o que dificulta o processo de fiscalização parlamentar.
GOVERNO DO ESTADO – A Folha entrou em contato com a Secretaria de Comunicação (Secom) para obter pronunciamento do Governo do Estado sobre as irregularidades denunciadas pela Comissão da Saúde, porém, não recebeu retorno até o fechamento da matéria.