Política

Almiro Padilha destaca conscientização para acelerar julgamento de processos

Desembargador assume a Presidência do TJ, no lugar de Tânia Vasconcelos Dias, que será corregedora-geral de justiça

A nova diretoria do Tribunal de Justiça de Roraima foi empossada para o biênio 2015/2017 na manhã de ontem, 30, no auditório do Fórum Advogado Sobral Pinto. Tomaram posse os desembargadores Almiro Padilha, como presidente, Ricardo Oliveira, como vice-presidente, e Tânia Vasconcelos Dias como corregedora-geral de justiça. A eleição foi feita em 1º de dezembro de 2014 e todos tiveram votação unânime.

Em discurso, o desembargador Almiro Padilha afirmou que, receber a presidência do Tribunal de Justiça de Roraima das mãos da desembargadora Tânia Vasconcelos Dias, é uma missão difícil e fácil ao mesmo tempo. “Difícil porque seremos sempre confrontados com a gestão que ela fez. E fácil porque receberemos tudo organizado e preparado para novas conquistas”, disse. “Os desafios são poucos. Temos que dar continuidade ao trabalho desempenhado pela desembargadora Tânia, e procurar tornar o Judiciário ainda mais transparente para que a sociedade acompanhe o que nós estamos fazendo”.

Para o novo presidente do TJ, para se ter um Judiciário célere é preciso haver uma conscientização de todos os atores, não só dos magistrados, mas dos membros do Ministério Público, advogados, delegados de polícia. “O Judiciário é composto não só de magistrado, mas de um conjunto de atores. Tem que haver uma conscientização e é isso que eu vou procurar trabalhar com eles. Precisamos simplificar algumas ações. Precisamos diminuir o sofrimento de quem espera há anos o resultado de um julgamento”, disse.

A vontade do desembargador é, junto com a equipe de magistrados e servidores, alcançar o 1º lugar no ranking do Índice de Produtividade Comparada (IPC-Jus), do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), índice que compara a produtividade entre tribunais do mesmo ramo e com estruturas similares (pequeno, médio ou grande porte).

Almiro Padilha, que exerce a presidência do TJ pela segunda vez, destacou que agora, além dos cabelos brancos, tem mais experiência. “O mandato é muito rápido e, quando termina, fica a sensação de que nada foi feito. Mas vou procurar corrigir os erros que cometi na primeira administração e fazer com que a Justiça seja mais célere”, afirmou.

Agradeceu também aos desembargadores Ricardo Oliveira e Mauro Campello, que tinham preferência para assumir o cargo de presidente do TJRR. “Desejo que essa tenha sido a última eleição indireta do Tribunal de Justiça de Roraima”, afirmou.

Sobre o momento de instabilidade política que Roraima vive, o presidente do TJ desejou uma boa gestão à governadora Suely Campos (PP), que foi representada na cerimônia pela secretária-chefe da Casa Civil, Danielle Campos. “Ao longo de 12 anos, os governadores conduziram o Estado com uma espada na cabeça. Não há quem consiga fazer um bom trabalho assim. Espero que a governadora enfrente e vença os desafios. Queremos que ela seja lembrada não apenas como a primeira mulher a governar o Estado, mas por ter sido a melhor governadora de todos os tempos”, enfatizou. (V.V)

Desembargadora se despede citando versos de uma música

“Nem tudo pode ser perfeito/ Nem tudo pode ser bacana/ Quero ver um cara sentar numa praça/ Assobiar e chupar cana”. Com esses versos da música “Assobiar ou chupar cana”, a desembargadora Tânia Vasconcelos Dias iniciou seus discursos de despedida da presidência do Tribunal de Justiça de Roraima.

Ao citar o refrão da canção de Benito de Paula, a desembargadora disse que a gestão que exerceu nos últimos dois anos não foi fácil, mas que o desafio foi superado. “Parece uma missão impossível. Mas aos poucos as coisas vão para seus devidos lugares. A gente vai aprendendo a fazer o que tem que ser feito em cada setor. Por conta da escassez de recurso, não pudemos garantir a reposição salarial dos servidores do TJ. Mas superando a resistência, realizamos os feitos possíveis”, afirmou.

Como ações feitas durante sua gestão, Tânia Vasconcelos citou a doação de livros, computadores, centrais de ar e cadeiras, arrecadação de donativos e a implantação do projeto “Maria vai à escola”, que tem objetivo de levar a Lei Maria da Penha às escolas de Ensino Fundamental.

Como melhorias para os servidores, ela citou o novo Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração para os servidores, com o retorno da licença prêmio, progressão funcional no patamar de 10%, aprovação do Código de Organização Judiciária, além de cursos, treinamentos, seminários e palestras.

Outras ações foram os mutirões de digitalização de processos, carcerário (em que mais de 1.700 casos de reeducandos foram revistos, com solturas e progressões de pena que foram dadas a quem preenchia os requisitos), campanhas educativas contra a violência doméstica e o abuso sexual infantil. Todos esses atos foram lembrados por meio de fotos. “Nessas imagens, vocês vão me ver mais gorda, mais magra, mas nunca mais feia”, disse a desembargadora em tom descontraído.

A magistrada também citou a compra de um prédio para a sede administrativa, que está em reforma e deve ficar pronto no meio deste ano, além da conclusão das obras de construção do Fórum Criminal. “Tivemos uma oportunidade de melhorar a nossa infraestrutura. Estamos saindo de prédios alugados para um prédio próprio. Isso representa uma economia de aluguel, que servirá como investimento no Judiciário”, destacou.

Ao desembargador Almiro Padilha, que foi vice-presidente na gestão anterior, Tânia Vasconcelos Dias desejou sucesso. “Conte com meu apoio. Espero que siga na mesma linha que tracei até aqui, porque tivemos um crescimento nos nossos índices de produtividade, de resultado”, afirmou.

Em entrevista à Folha, a desembargadora citou o nome do juiz auxiliar da presidência Breno Coutinho como um grande parceiro. “Tivemos uma parceria muito grande. Foi mais do que um colega de trabalho, foi um amigo. Foi a nossa ponte entre a administração, os magistrados e os servidores. Por isso, vimos os colegas o aplaudirem durante a sessão”, destacou. (V.V)