A assessoria jurídica do candidato ao Senado Federal, Anchieta Júnior (PSDB), encaminhou nota de esclarecimento a veículos de comunicação por volta das 22 horas da quinta-feira, dia 18, para tratar da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) ajuizada contra ele pelo Ministério Público Eleitoral (MPE). Na nota, ele se diz “surpreendido com a massiva divulgação” da demanda e complementa: “exatamente após o instituto de pesquisa Ibope indicá-lo como primeiro colocado nas intenções de voto para o Senado”.
Anchieta faz referência ao resultado de uma pesquisa divulgada pela Rede Amazônica, retransmissora da TV Globo em Roraima, no último dia 12, que lhe coloca na frente na disputa ao cargo.
A Aije de autoria do MP acusa Anchieta de abuso de poder econômico e cita ainda os suplentes dele – Alexandre Salomão e Arnóbio Silva, a empresária Katiana Queiroz de Magalhães – proprietária da empresa K. Queiroz de Magalhães ME, responsável pela publicação do Jornal de Roraima, o advogado Pedro Duque – primeiro dono do veículo de comunicação e ainda o empresário Luiz Zapata, dono do prédio onde funciona o jornal.
Na nota enviada pelo candidato, ele diz não poder “sequer tratar do mérito da ação noticiada”, porque não teria sido ainda notificado “para tomar conhecimento das acusações imputadas”. Ele segue afirmando estar “tranquilo, quanto aos atos de campanha praticados”, segundo o candidato, “tudo feito nos estritos limites da Lei, deixando claro que quando, e se necessário, provará que as acusações feitas refletem o clima de denuncismo criativo que, infelizmente, está presente em todos os pleitos eleitorais”.
A Folha procurou o procurador regional eleitoral, Igor Miranda para se pronunciar acerca da nota, mas não conseguiu localizá-lo. Na ação, o MP aponta não restar dúvidas de que Anchieta teria se utilizado “indevidamente da imprensa escrita, especificamente quanto ao Jornal de Roraima para perpetuar a estratégia de promoção pessoal visando sua candidatura próxima, ao menos, desde março de 2014”.
O processo está recheado de matérias que relatam a participação do candidato enquanto governador e mesmo depois que renunciou ao cargo, participando de homenagens, posses e até a inauguração de uma loja de departamentos.
A ação também cita que depois que surgiram boatos da pretensão do deputado federal Luciano Castro (PR) em disputar o cargo de senador, o jornal teria servido como “instrumento de defesa midiática” à intenção de Anchieta de candidato exclusiva à vaga. Assim como, ressalta as críticas aos adversários políticos do ex-governador, segundo o processo, “carregadas em expressões pejorativas desprovidas da adequada razoabilidade inerente ao legítimo exercício da liberdade de imprensa”.
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Anchieta Júnior liga ação do MPE à pesquisa Ibope para o Senado
A Ação de Investigação Judicial Eleitoral do Ministério Público acusa Anchieta de abuso de poder econômico