Política

Ângela cobra pressa do Supremo no julgamento de parlamentares

A senadora Ângela Portela (PT) cobrou celeridade do Supremo Tribunal Federal (STF) por conta da lentidão no exame das denúncias contra envolvidos em esquemas de corrupção. A parlamentar lembrou que, mais de dois anos e meio depois do início das primeiras investigações contra políticos na Operação Lava Jato, a lista de inquéritos abertos no STF cresce, mas as decisões da Suprema Corte relativas aos casos de corrupção envolvendo parlamentares e ministros não seguem o mesmo ritmo.

De acordo com Ângela, nenhum político dos mais de 90 investigados foi condenado até o momento e apenas três parlamentares respondem a ações penais no âmbito do Supremo. “Não é uma posição isolada. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, admitiu a lentidão dos casos no STF”, afirmou.

Só na Lava Jato, o STF conduz pelo menos 50 investigações, entre inquéritos, denúncias e ações penais. “Enquanto isso, na primeira instância há denúncias que são oferecidas, recebidas e julgadas em quatro meses. Na média, a sentença leva de seis meses a dois anos para sair, após a denúncia. Isso é percebido pela opinião pública”, comentou.

Segundo os cálculos feitos pela senadora, o STF tem ao menos 38 investigações sobre a Lava Jato em curso com 91 pessoas como alvo, praticamente todas parlamentares, ou seja, com foro privilegiado. Em sete desses inquéritos, a Procuradoria Geral da República já ofereceu denúncia e aguarda decisão da 2ª Turma do Supremo. “Entre eles há ao menos três senadores da República, colegas nossos, a quem interessaria – se possível, é claro – serem inocentados dessas acusações, caso não se fundamentem”, disse.

A parlamentar lembrou que não se trata apenas da Lava Jato. Um grupo de 30 inquéritos sobre parlamentares com foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal tramita há mais de seis anos sem desfecho. “São os casos mais antigos no tribunal, segundo levantamento a partir de listagem fornecida pela Corte. Destes, sete estão há mais de dez anos inconclusos, como é o caso contra um senador de Roraima”, frisou.