Política

Ângela Portela afirma que o Brasil está sob o comando de uma “plutocracia”

Em seu discurso na sessão de pronúncia do processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT), ocorrida anteontem, 9, no Senado, a senadora Ângela Portela (PT) afirmou que o Brasil está sendo tomado por uma plutocracia, onde “os ricos governam para os ricos”.

Ao dizer que o julgamento de Dilma Rousseff é político, quando deveria ser também jurídico, a senadora negou a existência de crime de responsabilidade da presidente afastada e denunciou o processo. “Trata-se de uma manobra bem urdida pelos derrotados nas eleições de 2014, em conluio com as elites insatisfeitas e políticos acusados de corrupção, cujo objetivo é frear as investigações da Operação Lava-Jato”, afirmou.

Ângela Portela destacou que, “depois de análise cuidadosa e isenta conduzida por técnicos do Senado, não restou nenhuma dúvida de que Dilma não cometeu qualquer crime, seja nas tais pedaladas fiscais, seja nos decretos orçamentários”. “O parecer do Ministério Público apontou na mesma direção”, lembrou.

Para a parlamentar, “por mais que os atuais ocupantes do poder, seus apoiadores no Congresso e a mídia chapa-branca digam o contrário, o presente processo não respeita os ditames da Constituição”.

GOLPE – Em outro trecho do discurso, a senadora se referiu à acusação de que Dilma violou a Lei Orçamentária de 2014. Ela explicou que não houve aumento nos gastos previstos na lei aprovada pelo Congresso Nacional, mas apenas remanejamento de despesas. “O que seria visto como ação rotineira em qualquer governo, foi convertido em pecado mortal no de Dilma Rousseff”, criticou.

A senadora afirmou que “estão tirando uma presidente honrada para colocar em seu lugar um político contra o qual pairam diversas acusações”. Disse também que, todos os dias, o governo interino ataca as conquistas sociais, econômicas e políticas “duramente obtidas pelo povo brasileiro, ao longo de 13 anos das gestões petistas”. Citou, neste contexto, as modificações cogitadas para a CLT e a Previdência Social, assim como a privatização da saúde, com o fortalecimento dos planos de saúde e o desprestígio do SUS.

Ângela declarou voto contra o impeachment, reiterando que o considera um golpe parlamentar contra a democracia. “Reafirmo o meu repúdio a esse golpe irresponsável, que infelicita o país e compromete o seu futuro”, disse ela.