A senadora Ângela Portela (PT), candidata ao Governo do Estado pela Coligação É Pra Frente Que Se Anda, acredita que “a iminente ameaça de rebelião na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, com um alerta de motim na noite de terça-feira, confirma a necessidade de uma urgente reorganização no sistema prisional de Roraima”.
“De nada adianta termos fiscalização nas ruas, como as rondas, se o preso se sente capaz de sair da prisão quando bem entender, inclusive pela porta da frente. Presos falaram ao telefone com repórteres relatando o ocorrido. Se ligam para jornais, quais outras ligações eles fazem lá de dentro? Está claro que o modelo vigente até aqui deu errado”, afirmou a candidata.
Ângela reafirmou as propostas de seu plano de governo para acabar com as rebeliões e fugas: capacitar e valorizar os agentes penitenciários, controlar a entrada de materiais nos presídios, formular projetos para captar recursos do Governo Federal, criar um Centro de Detenção Provisória para separar condenados dos que esperam por julgamento, formar parcerias com a iniciativa privada para ressocialização dos detentos.
“O policial prende o preso mas o governo não consegue mantê-lo na cadeia. O Estado precisa recuperar a autoridade. É necessário resolver o caos que se instalou em nosso sistema prisional antes que aconteça em Roraima o que, infelizmente, tornou-se rotina no Maranhão”, ressaltou a senadora.
Ela lembra que no ano passado o Governo Federal destinou mais de R$ 8 milhões a Roraima para investimento no sistema prisional. No entanto, a verba não foi utilizada porque o Governo do Estado não enviou o projeto necessário para garantir o repasse.
“É público e notório que este governo não faz o básico, não faz a lição de casa. Não faltam problemas em nosso sistema prisional, mas foram incapazes de formular um projeto para melhorar a segurança do nosso Estado. Isso não é administração pública comprometida com a população, então eu me pergunto de quem este governo está a serviço”, questionou a candidata.
O relatório do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), divulgado em julho deste ano, mostra que o sistema prisional de Roraima está superlotado. Somando todas as unidades prisionais do Estado, há mais de 1.500 detentos, sendo que elas foram projetadas para comportar apenas 1.140 – um déficit de 388 vagas.
“Também é garantir os direitos básicos daqueles que estão em reclusão. A falta de alimentos, de materiais de higiene, de celas decentes, apenas aumenta a tensão daqueles que deveriam estar envolvidos em atividades ressocializadoras. Por isso, quero desenvolver projetos que permitam ao preso trabalhar dentro das cadeias, gerando renda, oferecendo a chance de reabilitação e reduzindo a influência de organizações criminosas”, frisou Ângela.
Política
Ângela reforça necessidade de reorganizar o sistema prisional
Candidata afirma que mais um episódio na Penitenciária Agrícola mostra que sistema prisional precisa de investimento