As eleições gerais foram o grande marco político do ano em Roraima. O pleito que, a princípio, era considerado previsível, acabou se tornando confuso e marcado por rachas, principalmente no grupo ligado ao Governo do Estado. O grande nome da política neste ano foi o da professora Suely Campos (PP), eleita a primeira governadora de Roraima.
O processo eleitoral iniciou em abril, quando o então governador Anchieta Júnior (PSDB) deixou o cargo para concorrer a uma vaga no Senado Federal, e seu vice, Chico Rodrigues (PSB), assumiu o comando do Estado. No entanto, o tom de união do grupo, pregado por Chico, ainda no discurso da posse, no dia 4, não vingou.
Chico mexeu no secretariado, trouxe assessores de outros estados e fez anúncios considerados inusitados, como o leilão da frota de aeronaves do Estado, a venda do Conjunto dos Executivos, extinção de secretarias e o lançamento de novos programas. Ele também decretou estado de emergência na Saúde e na Educação. A tentativa, segundo analistas políticos, era de afastar da sua imagem qualquer desgaste do governo Anchieta.
Já em maio, a senadora Ângela Portela (PT) saiu na frente e foi a primeira a lançar oficialmente sua pré-candidatura ao Governo do Estado, seguida por Neudo Campos (PP) e o governador Chico Rodrigues (PSB). Em agosto, o registro de candidatura de Neudo foi indeferido e, no mês seguinte, ele anunciou a desistência da disputa em favor da mulher, Suely Campos. Ela foi para o segundo turno com Chico Rodrigues e conseguiu se eleger com mais de 20 mil votos de diferença.
Mas a grande novidade do pleito foi mesmo a confirmação da candidatura do deputado federal Luciano Castro (PR) para o Senado Federal, no início de junho, o que resultou no racha do grupo governista. Até então, o único candidato a senador do grupo era o ex-governador Anchieta Júnior. Com isso, mais uma candidata, Josy Carvalho (PPL), também se uniu ao grupo governista que teve, sozinho, três candidatos para uma única vaga. O quadro foi favorável ao roraimense Telmário Mota (PDT), que conseguiu uma votação histórica, vencendo o pleito. O atual senador Mozarildo Cavalcanti (PTB) terminou em quarto na disputa.
DESTAQUES – A campanha eleitoral deste ano teve desde arrombamento do escritório político de Ângela Portela à agressão em plena luz do dia ao deputado Joaquim Ruiz (PTN), ambos os casos com suspeita de motivação política. Teve também a distribuição de panfletos apócrifos e o uso de profissionais para falsificar perfis em redes sociais. Alguns políticos utilizaram essa estratégia para tentar angariar ou manter votos, que acabou causando, na maioria dos casos, efeito contrário no eleitor.
Mas um dos fatos que mais repercutiu nas redes sociais foi um vídeo em que o senador Romero Jucá (PMDB), coordenador da campanha governista, discutiu com a juíza Patrícia Oliveira dos Reis e desacatou a magistrada em uma seção eleitoral do Município de Mucajaí, no dia do primeiro turno do pleito.
Destaque positivo para a atuação do Ministério Público Eleitoral, na figura do procurador-geral Igor Miranda, que imprimiu um ritmo moderno ao trabalho de fiscalização de ilícitos eleitorais, utilizando ferramentas de tecnologia, como o aplicativo de mensagens de texto WhatsApp e também as redes sociais. O MPE orientou órgãos públicos a não permitirem que carros adesivados permanecessem em seus estacionamentos, orientou a produção de material gráfico e fiscalizou de perto cada etapa do processo eleitoral.
Política
Ano foi marcado por eleições atípicas e racha de governistas
Suely Campos foi o grande nome da política neste ano e conseguiu eleição inesperada para o Governo do Estado