Recém-exonerado, a pedido, da Secretaria da Representação do Governo de Roraima em Brasília, o ex-senador Mozarildo Cavalcanti voltará a Boa Vista para intensificar os trabalhos de articulação política da sigla da qual é presidente, o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). “Pedi para sair da Representação em Brasília para atuar como presidente do PTB e cuidar da articulação política em Boa Vista e nos municípios do interior”, disse à Folha.
A decisão foi visando às eleições municipais deste ano, que serão realizadas no dia 02 de outubro. “Vamos buscar conversar com os partidos. Como queria ficar mais tempo em Roraima e livre de vínculos para trabalhar, conversei com Suely e Neudo e pedi para sair do governo”, comentou se referindo à governadora Suely Campos e ao consultor especial Neudo Campos.
Mozarildo disse que pretende ter uma ampla negociação com os partidos do grupo e que trabalhará pela união de todas as siglas. “Faremos um trabalho para não haver a possibilidade de uma pessoa ser eleita com 39% dos votos, como aconteceu na eleição passada. Isso só aconteceu porque não tinha segundo turno”, afirmou, referindo-se às eleições de 2012 quando a prefeita Teresa Surita (PMDB) foi eleita com pouco mais de 1/3 dos votos válidos.
Para ele, é importante ter uma negociação prévia entre os partidos de oposição à atual gestão municipal para que em um possível segundo turno haja união das siglas. “Entendo que é importante ter alternância de poder. A prefeita Teresa vai para quase quatro mandatos seguidos, tirando aquele pequeno período que o Iradilson [Sampaio] ficou como prefeito”, frisou. Em Boa Vista, ainda não há segundo turno. Para que essa possibilidade seja real, são necessários 200.001 eleitores na Capital. Atualmente, o município possui 196.300 pessoas aptas a votar nestas eleições.
Mozarildo disse que é possível uma coligação com o Partido Progressista, de Neudo Campos. “Podemos nos unir ao PP e termos um candidato forte. Para isso, repito, precisamos de entendimento prévio”, comentou.
Questionado se a decisão não é tardia, o ex-senador acredita que não. “A definição pode ser feita mais para frente, desde que as conversações já estejam acontecendo desde hoje. Março é o mês limite para que se tenha essa decisão”, frisou. Sobre uma possível candidatura, Mozarildo não confirmou. “Não cogito ser candidato. Mas se na convenção escolherem meu nome, estarei pronto. Estou à disposição do grupo”, afirmou.
BRASÍLIA – Sobre sua atuação à frente da Secretaria da Representação do Governo de Roraima em Brasília, Mozarildo comentou que, ao longo de seus 16 anos de mandato legislativo, conheceu muitos políticos que hoje são ministros e isso facilitou a articulação com os ministérios, pois a maioria dos ministros já foi ou está no Senado. “Então, eu tinha acesso a eles. Creio que fiz um bom trabalho e deixo algumas ações que precisam de continuidade”, afirmou, reiterando que continuará dando apoio ao trabalho de articulação do Governo do Estado. (V.V)