Política

Apitaço e discursos acalorados marcam sessão da ALE

Os parlamentares da Casa debatem com os demais poderes e servidores a possibilidade da utilização de recursos do Iperr para pagar salários atrasados

Dando continuidade a série de manifestações públicas relacionadas ao atraso de salários, servidores públicos estaduais realizam nesta manhã, 4, uma mobilização no plenário Noêmia Bastos Amazonas, na Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR).

De acordo com apuração realizada pela FolhaWeb, a sessão de hoje está debatendo a aplicação dos recursos do Instituto de Previdência de Roraima (Iperr) para o pagamento dos vencimentos em atraso.

Representantes de todos os poderes foram convocados, entretanto, os apontamentos apresentados na ação acabaram dividindo a opinião dos trabalhadores que acompanham a ação.

“Sou a favor porque vejo que ninguém quer abrir mão do seu salário em benefício ao seu próximo e se existe outra solução, que se coloque em pauta. O que não dá é o servidor público ficar na situação que ele está. O que não dá e a família do bombeiro, do militar, do agente carcerário viver de doação, ficar da forma que está”, comentou a esposa de militar Flávia Aguiar.

Representando o Governo do Estado, o secretário de Relações Institucionais, Marcelo Lopes, justificou que desde o agravamento da crise, o Estado vem tentado buscar entendimento com os poderes sobre o pagamento do duodécimo, objeto este alvo e motivador das sucessíveis ações judiciais que tem bloqueado as contas do Executivo.

“É muito triste o que a gente está vendo aqui. Nós devemos nesse momento buscar na união a alternativa para a solução desses problemas. O Governo do Estado, na pessoa da governadora, há cerca de seis meses, vem tentando abrir diálogo com os presidentes dos poderes. Várias das alternativas foram colocadas na mesa. O Estado não está se omitindo da sua responsabilidade, mas é necessário que cheguemos a uma solução para esse problema”, disse.

Outros servidores ouvidos pela reportagem acreditam que existem outras soluções para remediar o problema.

“Os servidores estão entrando em desespero e querem receber de qualquer forma, só que nós temos que ser sensatos e pensar que não devemos pagar a conta desse prejuízo. Eu analiso que os poderes estão sendo egoístas, bloqueando todos os recursos que entram no Estado. Eles precisam efetuar esse bloqueio em partes, para que o Governo possa pelo menos pagar o salário os trabalhadores”, destacou Dorinha Pereira, agente socioeducativo.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Civis Efetivos do Poder Executivo do Estado de Roraima (Sintraima), Francisco Filgueira, também avaliou com preocupação a possibilidade de utilização dos recursos do Ipem para o pagamento de servidores.

“Votaria sim [a favor do projeto], mas só se os poderes abrissem mão de parte do repasse do duodécimo para pagar o salário dos seus servidores. Se eles, nesse momento, abrissem mão de parte do recurso, somente para que eles paguem os salários deles, e deixe o restante para pagar o salário de todos nós, não estaríamos passando por essa situação”, pontuou.

A matéria completa você confere na Folha Impressa desta quarta-feira, 5. Colaborou o repórter Pedro Barbosa.