Política

Articulações de Michel Temer podem mexer em órgãos federais

Conversações para possíveis trocas no segundo escalão já iniciaram em Brasília, o que pode mexer com órgãos federais em Roraima

Desde que assumiu, a pedido da presidenta Dilma Rousseff, a responsabilidade pela articulação política do governo, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) começou a fazer reuniões para definir as indicações para o segundo escalão do Governo – como presidência de autarquias e direção de departamentos vinculados a ministérios.
Se a nova política do peemedebista for verticalizada de acordo com as indicações de cada partido político em seus respectivos cargos do segundo escalão, pode haver dança de cadeiras no terceiro escalão nos estados, inclusive Roraima, que tem indicações políticas nos diversos órgãos públicos federais.
Entre esses órgãos estariam a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Fundação Nacional do Índio (Funai), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Secretaria Federal da Agricultura (SFA), dentre outros.
As conversações para possíveis trocas no segundo escalão já iniciaram em Brasília. Isso ocorre, segundo especialistas da política, desde o mês de janeiro, após a definição do primeiro escalão do governo, quando partidos da base aliada pressionavam o governo para obter a indicação de apadrinhados para os cargos do segundo escalão, assim como acontece para o terceiro escalão. Partidos como PMDB, PP e PTB reclamavam de perda de espaço na montagem do primeiro escalão (ministérios) e esperavam compensação na indicação dos ocupantes do segundo.
À época, apesar das pressões das legendas, o Planalto avisou aos aliados que as indicações não seguiriam a lógica da chamada “porteira fechada”, pela qual um partido, após assumir o comando de um ministério, indica automaticamente os diretores das estatais e autarquias vinculadas à pasta nos estados.
Porém, o ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Eliseu Padilha, um dos principais aliados do vice-presidente no PMDB, disse que ele “está ouvindo a todos” sobre as indicações da sigla para o segundo escalão. Segundo o ministro, a expectativa é que até o fim desta semana a legenda tenha o “primeiro quadro” sobre essas indicações. “Ele [Temer] está ouvindo a todos, e nós devemos ter até o fim de semana um primeiro quadro, um retrato do que a gente pode fazer em termos de segundo, terceiro escalões, cargos nos estados para que ele, então, possa conversar com a presidenta”, completou.