A Associação dos Policiais e Bombeiros Militares de Roraima (APBM-RR), publicou nota de repúdio contra o titular da Secretaria de Justiça e Cidadania (SEJUC), Josué Filho, que atribuiu que as falhas decorrentes das constantes fugas de presidiários são de responsabilidade dos Agentes Penitenciários e Policiais Militares que ora estavam de serviço.
“Tal atitude caracteriza inexperiência e medo. Inexperiência em saber o que dizer ao patrão e ao mesmo tempo medo de perder o cargo que lhe compete, pois jogar a responsabilidade naqueles que estão tentando trabalhar com o que tem é muito fácil. Esta Associação solicita que o referido Secretário da SEJUC aponte o que é necessário para melhorar o bom andamento do serviço e ainda implantar tais medidas” disse a nota assinada pela Coordenadora Geral da APBM-RR, Quésia Mendonça, afirmando que “o abandono, a falta de investimento e o descaso do poder público ao longo dos anos vieram por agravar ainda mais o caos chamado sistema prisional brasileiro”.
A nota questiona se em Roraima está sendo cumprida a Lei de Execução Penal (LEP), que estabelece o cumprimento da pena em cela individual, com área mínima de seis metros quadrados.
“Diante de tal absurdo esta Associação repudia veementemente tais declarações e acredita que a responsabilidade deve ser direcionada não aqueles que labutam diariamente com o sacrifício de sua própria vida, mas sim aqueles que estão de olhos vendados para estes tipos de problemas que assolam não só o nosso Estado, mas o país inteiro”, concluiu a nota publicada nas redes sociais da associação e enviada à imprensa.
O CASO
O secretário estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc), Josué Filho, comentou sobre a fuga de seis detentos na noite da última segunda-feira, 15 de junho, afirmando que houve negligência da vigilância, tanto interna como externa. Ele disse que em relação aos agentes penitenciários estão sendo apuradas responsabilidades.
A Penitenciaria Agrícola de Monte Cristo tem capacidade para 750 detentos, mas está abrigando uma população de 1.200 reeducandos, que são vigiados diariamente por um contingente de 30 agentes penitenciários e 25 policias militares.