Política

Audiência para debater paralisação da obra de Tucuruí será no dia 23

Construção do linhão de Tucuruí está paralisada judicialmente a pedido do Ministério Público Federal do Amazonas

A audiência pública que debaterá a suspensão da implantação de transmissão da energia entre Manaus e Boa Vista, por meio do Linhão de Tucuruí, será realizada na próxima quinta-feira, 23, às 9h, na Comissão de Minas e Energia (CME) da Câmara dos Deputados, em Brasília. A audiência foi solicitada pelo deputado Édio Lopes (PMDB),  segundo vice-presidente da CME.
Segundo o parlamentar, a realização do evento será de grande importância para esclarecer essa situação. “A paralisação prejudica a população de Roraima, já que o Estado ainda não está interligado ao Sistema Nacional e depende da energia fornecida pela Venezuela, que enfrenta uma grande crise econômica, social e política”, justificou.
Para participar da audiência pública foram convidados o secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, Ildo Grudtner, o diretor de Planejamento e Engenharia da Eletronorte, Adhemar Palocci, o gerente do Programa Waimiri-Atroari, Marcelo de Sousa Cavalcante, o coordenador técnico do Programa Waimiri-Atroari, José Porfírio Fontenele de Carvalho, o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Flávio Chiarelli de Azevedo, o procurador da República, Fernando Merloto Soave, e representantes da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do  Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
“Solicitamos a realização desta audiência pública com a presença de representantes de todos os envolvidos nessa questão, como é o caso do Ministério Público Federal, da Eletronorte, Funai e dos representantes da Terra Indígena Waimiri-Atroari, já que a implantação do sistema do linhão passa em terras indígenas”, esclareceu Édio Lopes.
SUSPENSÃO – A suspensão da implantação da linha de transmissão entre Manaus e Boa Vista foi determinada pela Justiça Federal, atendendo ao pedido do Ministério Público Federal no Amazonas (MPF-AM), que quer a anulação das autorizações para a construção.
Dos aproximadamente 315 quilômetros de extensão da linha, 39% da área (123 km) estão na Terra Indígena Waimiri Atroari, situada entre os estados do Amazonas e Roraima. No entender do órgão ministerial, a obra deveria ter sido precedida de uma consulta prévia ao povo indígena, além de estudos técnicos no local que indicassem todas as alternativas possíveis para o local da linha, o que não ocorreu, segundo o MPF.
Com a suspensão da implantação do linhão, Roraima é o único Estado do País que não está interligado ao Sistema Integrado Nacional (SIN). (V.V)