Política

Ausência de Bolsonaro acentua divergências entre aliados

O candidato segue internado após ser vítima de uma facada, durante ato público de campanha na semana passada

Internado desde a quinta-feira passada, 6, quanto foi esfaqueado em ato público na cidade de Juiz de Fora (MG), a ausência de Jair Bolsonaro tem causado certo acirramento entre os membros que compõe o núcleo de sua campanha eleitoral, segundo análise feita pelo jornalista Igor Gielow, do jornal Folha de São Paulo.

Segundo o jornalista, núcleos diversos da candidatura deixaram de se falar devido ao arranjo particularíssimo da estrutura colocada em campo, que girava em torno do deputado.

“Com a nova cirurgia de emergência a que ele teve de ser submetido na noite de quarta, 12, só com muito otimismo aliados acham ser possível contar com vídeos de campanha gravados pelo deputado no hospital”, escreveu Gielow.

O jornalista comenta que o agravamento do quadro de Bolsonaro descarta, na prática,  a sua volta física na disputa, inclusive no caso dele chegar ao segundo turno. Esse cita como exemplo a tentativa de seus três filhos, todos políticos e ligados à sua campanha, de tentar puxar as rédeas do processo.

“Não por acaso, a conta de Bolsonaro no Twitter, à qual só eles tem acesso, trouxe um post sobre o assunto na quinta, 13. ‘Muita coisa vem sendo falada na tentativa de nos dividir e, consequentemente, nos enfraquecer, não caiam nessa! Não há divisão!’, citou.

Outro fato ressaltado por Gielow diz respeito ao vice na chapa do deputado, o general da reserva Hamilton Mourão, citando, por exemplo, o fato do PRTB, partido a qual faz parte, ter consultado o Superior Tribunal Federal (STF) sobre a possibilidade de ele substituir Bolsonaro nos debates previstos para os próximos dias. Isso teria deixado a família do presidenciável irritado, uma vez que a consulta teria sido feita sem o conhecimento do PSL.

“Outros integrantes do núcleo consultor da campanha, que pediram para não se identificar, foram mais incisivos no que chamaram de oportunismo de Mourão e ainda jogaram a culpa no presidente do seu partido, Levi Fidelix. Dois desses bolsonaristas atribuíram à falta de acesso de Fidelix ao candidato na UTI do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, a motivação para a consulta”, informou.

*INFORMAÇÕES: Folha de São Paulo