Bancada afirma que cancelamento não é desinteresse pela migração

Prevista para acontecer esta semana, a visita do ministro-chefe da Casa Civil, Ônyx Lorenzoni, a Roraima acabou sendo cancelada pelo Palácio do Planalto, em razão de agenda para tratar das queimadas na Amazônia. Apesar da alteração de última hora, deputados do Estado afirmam que entenderam a mudança estratégica em razão da necessidade de uma maior atenção à questão ambiental.

A informação é que o ministro-chefe da Casa Civil teria inclusive anunciado aos próprios deputados que iria adiar a visita a Roraima para verificar questões migratórias em uma reunião realizada com a bancada, em Brasília, na última quarta-feira, 28.

“O ministro Ônyx comunicou toda a bancada que iria a Belém na segunda-feira, 02, e a Manaus na terça-feira, 03, em razão das queimadas”, informou o deputado Jhonatan de Jesus (Republicanos). De acordo com o parlamentar, ficou agendado que no retorno da visita seria marcada uma nova reunião com a bancada de Roraima. “Essa nova reunião servirá para que o ministro possa dizer quais as ações que serão tomadas no caso da questão da migração em Roraima. Ele deve anunciar tudo isso e marcar uma nova data para que ele possa vir ao Estado”, completou.

O coordenador da bancada federal em Roraima, deputado Hiran Gonçalves (PP), ressalta que o cancelamento da visita não significa uma ausência de interesse do Governo Federal na questão migratória em Roraima. “Acho que não é falta de vontade. Tivemos uma reunião longa na última quarta-feira onde toda a bancada se manifestou, apresentamos nossas demandas e o ministro fez diversas anotações. Em uma tônica geral, nós concordamos que precisamos diminuir o número de abrigos e focar na interiorização”, acrescentou Gonçalves. 

VISITA – A vinda ao Estado havia sido anunciada pelo próprio ministro em entrevista à imprensa nacional, na semana passada. Questionado sobre os índices de desmatamento na Amazônia, Lorenzoni informou que teria uma agenda mais importante na região norte do país, no caso, vir a Roraima “para fazer visita e conferir as atividades da Operação Acolhida, que atende refugiados venezuelanos”. (P.C.)