O Banco da Amazônia S.A. em Boa Vista promove uma convocação de devedores para negociação e regularização de dívidas junto à entidade financeira. Até o momento, a instituição já tem um limite de mais de R$ 400 milhões em crédito aprovado.
Segundo o gerente de atendimento do Banco da Amazônia em Boa Vista, André Luiz Pereira, em entrevista ao programa Agenda da Semana, na Rádio Folha 100.3 FM, no domingo, 03, a renegociação tem como base a lei nº 13.340/2016, que autoriza a liquidação e a renegociação de dívidas de crédito rural.
A intenção da regularização de débitos é tentar colocar o produtor em um patamar de ter acesso ao crédito e de reduzir a taxa de inadimplência na instituição financeira, que gira em torno de 5%, de forma geral, explica o gerente.
“Temos que separar os contratos da agricultura familiar, que é o nosso maior entrave. Esse percentual supera os 15% neste aspecto. Em alguns municípios supera 30%, então é preciso separar por segmento para atuar melhor”, informou Pereira.
Outra informação do gerente de atendimento é que os parâmetros da lei determinam que o percentual de desconto para o saldo devedor chega a ser de até 85%. “A legislação estabelece um desconto de até 85% para liquidação. O cliente tem que dispor de uma entrada que varia entre 1% e 5% do saldo recalculado. A lei pega o contrato e tira todo o juro de inadimplência desde a época da contratação até atualmente”, afirma.
Lembrando que a renegociação também é mais simplificada para auxiliar a população, explica o gerente. “O cliente tem que comparecer na agência somente para recalcular o contrato e, de posse do recálculo, ele vai saber quanto precisa dar de entrada. Tendo o valor da entrada é feito o aditivo na mesma hora e ele já sai da agência com o débito regularizado”, declara.
BAIXA PROCURA – Apesar da campanha em aberto, o gerente afirma que a procura dos produtores inadimplentes ainda foi baixa. Para sanar este problema, o Banco da Amazônia tem realizado eventos de divulgação da campanha, com envio de cartas para os contribuintes, ligações para clientes e até reuniões junto às associações, cooperativas e as prefeituras do interior do Estado.
Outro motivo, segundo Pereira, é a falta de recursos dos inadimplentes. “O Estado vive uma situação de carência de recursos. Às vezes a pessoa não tem nem o valor de entrada para negociar. Em uma situação específica em uma comunidade indígena no município de Iracema, de difícil acesso, a entrada variava no valor de no máximo R$ 150 e o produtor não tinha”, relatou. “Para quem está no campo esses R$ 150 significam muito”, complementou. (P.C.)