Considerando a proximidade do processo eleitoral, a Rádio Folha entrevista os pré-candidatos à Prefeitura de Boa Vista. Neste domingo, 05 o programa Agenda da Semana conversou com o vereador Linoberg Almeida (Rede). As perguntas são as mesmas para todos os entrevistados.
Na ocasião, Linoberg discutiu os pontos já definidos da sua pré-candidatura, como o plano de gestão, as coligações entre partidos, o que considera os principais problemas da Capital e o combate à corrupção.
Coligações
O diálogo já começou. E não tem papo de esquerda x direita. As pessoas não moram na cidade por questões ideológicas. Cada partido tem uma contribuição e estou disposto a conversar com cada um deles até a convenção acontecer. Temos uma proximidade com cinco partidos.
Critério ideológico
Tem alguns princípios éticos e morais que para mim são fundamentais. Não tem um critério ideológico em sim, mas tem critérios éticos e morais. As pessoas tem que entender sobre justiça social, humanidade, vida coletiva, respeitar os ambientes familiares, instituições e orientações religiosas sem preconceito; respeitar orientação sexual, cor de pele, etnia. São vários elementos.
Efetivação da candidatura
A cidade é feita de gente corajosa, desbravadora. O que eu quero é atrair essas pessoas para esse projeto de inovação, empreendedorismo e de parar de incorrer nos mesmos erros, trilhando um caminho novo.
Partidos aliados
Sou do Rede Sustentabilidade e temos um diálogo próximo com o PC do B. Temos continuado diálogo com outros partidos, que possam influenciar na questão da justiça social. Mas o debate está aberto para qualquer outro partido. Independente do viés, mas com um direcionamento progressista.
Adiamento das eleições
Era o que eu queria que acontecesse. A pandemia é o assunto da vez. A gente precisa tentar fazer com que as pessoas percebam que não é uma brincadeira. Não dá para relativizar com a vida das pessoas. O mais importante é preservar a vida. Acho até que a eleição poderia ser um pouco mais para frente.
Nova realidade
Acredito não só como vereador e pré-candidato, mas também como professor e cidadão, acho que a gente mal utiliza as redes sociais. O ideal seria reverter o uso de ‘meme’ e ‘fake news’ para capacitação, qualificação, indicações ao executivo e diaĺogo mais próximo com seu representante. Acho que tem um mundo a ser descoberto.
Covid-19
A administração municipal tem feito muita coisa positiva, mas a gestão do passado entrega problemas no presente. Não ter feito unidade de pronto atendimento significa sobrecarregar as estruturas do Estado, algo que é a função básica da Prefeitura. Falta remédio, falta médico, falta profissional, mas sempre faltou, então não é culpa da pandemia. Fazer o controle das pessoas de maneira mais educada. As pessoas precisam ser mais preparadas para lidar com situações de emergência. Não é só dizer “lava a mão, usa a máscara” e não produzir um programa de educação sobre isolamento adequado.
Sistema de saúde
Está faltando competência, transparência, coração. Tem bairro na cidade que teve emenda parlamentar aplicada, mas a Prefeitura não quis dar a sua compartida, fazendo a devolução. Utilizou valores para reformar a orla, mas não construiu dois postos de saúde. Construir um hospital municipal é importante, mas é muito custoso.
Problemas principais da Capital
O problema grave em Boa VIsta é a falta de transparência e planejamento estratégico. Mandar pessoas acidentadas para o Hospital Geral de Roraima (HGR) sem ações de sinalização, educação no trânsito adequadas não prevenimos. Em alguns bairros da cidade, como Caçari, Hélio Campos, São Vicente, são campeões de acidente de trânsito. Segurança no transito, sinalização, semáforo… Temos que melhorar. Boa Vista preferiu aplicar multas e colocar pardais a investir na reengenharia do sistema. Problemas históricos de drenagem. As pessoas não moram na praça, moram no Caimbé que está cheio de buraco, rua alagada. Moram no João de Barro, que o transporte coletivo passa três vezes ao dia. Limpeza pública que não aparece com frequência. Iluminação pública, que também é segurança pública, principalmente em uma cidade com índices alarmantes de violência contra a mulher deve ser prioridade.
Melhoria da economia
O papel da Prefeitura é cuidar das pessoas. Sem a participação do Governo do Estado, dos nossos representantes federais e do Governo Federal, não tem como tirar Boa Vista do isolamento. Quem vai fazer investimento em um lugar sem energia de qualidade? Internet ruim? O problema da gente não é o coronavírus, é o vírus da corrupção. A gente só vai se livrar do contracheque quando as pessoas virarem autônomas e para isso é preciso incentivo público.
Prioridades
A principal é planejar para que a cidade não precise depender da figura do prefeito. Precisa tentar reduzir desigualdades na cidade, que geram problemas de saúde mental. Precisamos aumentar número de creches com cálculo matemático, onde há taxas de natalidade sinalizando. Precisa empreender de forma criativa, transporte público de qualidade. Tentar o diálogo com o governador. Não dá para ficar batendo boca pelas redes sociais, não é assim que se cuida das pessoas. Ampliar o acesso à educação, valorizar os idosos e um Plano Diretor para não depender de um político para cuidar da gente.
Denarium e Bolsonaro
Não tenho relação política com nenhum dos dois. Tenho uma relação republicana. Eles foram eleitos presidente e governador. O presidente nunca tive a oportunidade de estar perto, mas o governador já me tratou muito bem nos assuntos discutidos.
Corrupção
A corrupção não brota, não caiu do espaço. Pessoas corruptas elegem políticos corruptos. Mas só muda a corrupção se as pessoas mudarem a relação com a coisa pública. Fazer da coisa pública transparente. Não precisar da sociedade nos dizer. Transparência, educação para cidadania, dar e ser exemplo é o norte.
Ponto crítico
Saúde pública é o ponto mais fraco da administração. Estamos vivendo a pandemia e desde o começo temos problema com esse assunto.
Qual o maior desafio?
Lidar com a herança da última gestão. Dívida histórica com a cidade, com interior dos bairros. Sei muito bem que dinheiro de obra não vai para saúde, mas na hora de fazer a captação do recurso temos que saber como vai ser investido.