O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se desculpou publicamente com os garimpeiros por não conseguir regulamentar a atividade enquanto liderou o Brasil de 2019 a 2022. Ao podcast Papo de Redação, do grupo Folha, ele culpou a pandemia da Covid-19 por atrasar a discussão e disse não acreditar que o Governo Lula coloque o assunto em pauta (assista à entrevista completa ao final da reportagem).
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“Peço desculpa aos garimpeiros, tivemos dois anos perdidos pra Covid, não pudemos levar pra frente uma melhor proposta nesse sentido, mas o garimpeiro tem que ser reconhecido”, defendeu.
Para ele, a mineração não deveria ser uma atividade exclusiva de grandes empresas, especialmente as internacionais que atuam no Brasil. “O garimpo, não é fácil falar isso aí, porque passei pela presidência, o pessoal cobra: ‘ah, passou e não fez nada’. Tivemos dois anos perdidos no Brasil com a pandemia”, afirmou.
Bolsonaro não respondeu claramente sobre qual seria a proposta que possibilite a mineração sem destruir o meio ambiente, mas afirmou que sua ideia seria que o Estado tivesse ideia de quanto produz e que a riqueza nacional beneficie o próprio País. “A minha ideia não é apenas comprar ouro, mas também acertar a questão de minério de ouros minerais preciosos pra que o trabalho de lapidação fique aqui no Brasil”.
Bolsonaro, que já anunciou que estará no Estado em fevereiro, depois do Carnaval, prometeu reunir o público na Praça do Centro Cívico, onde existe o Monumento do Garimpeiro, para agradecer a “estrondosa” votação que recebeu em Roraima, em 2022. “Se tiver na minha reta final da minha vida política, quem sabe aí, [vou] morar em Roraima e me despedir um dia nessa terra que eu tanto admiro, tanto amo, e tanto gosto desta região”, declarou.
Durante a entrevista, o ex-presidente também desferiu ataques ao Governo Lula, criticou a ampliação de áreas federais de conservação ambiental, disse que a crise entre Venezuela e Guiana em torno da disputa pelo território guianense de Essequibo deve ser tratada por cortes internacionais, elogiou o ditador Nicolás Maduro sobre fazer referendo com voto impresso, e avaliou que o país vizinho não tem condições de voltar a fornecer energia para abastecer Roraima.
Ele também confirmou o apoio à pré-candidatura do ex-vice-governador Frutuoso Lins para prefeito de Boa Vista em 2024 e disse confiar na indicação do presidente estadual do PL, Deilson Bolsonaro. Para o ex-presidente, seu partido tem condições de chegar ao segundo turno.