Após participar da cerimônia de formatura de 427 cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, voltou a criticar a política indigenista praticada no Brasil, baseada na demarcação de reservas para populações nativas. Bolsonaro, que ainda estuda um nome para ocupar o Ministério do Meio Ambiente, afirmou que a pasta deixará de ser inimiga da área de Agricultura e que o Ibama diminuirá suas multas contra produtores rurais. Para Bolsonaro, as políticas ambientais no país trabalham em prol de interesses estrangeiros.
— O grande problema que nós temos aqui é que as políticas indigenistas e ambientais não trabalham em prol do Brasil. Trabalham em prol de interesses extra-território brasileiro, devemos ter cuidado com isso. O Brasil é o país que mais preserva o meio-ambiente — disse Bolsonaro.
O presidente eleito, então, citou o exemplo de três estados brasileiros: Acre, Rondônia e Roraima. Em relação aos dois primeiros, disse que apenas 20% de suas respectivas áreas podem ser usadas em benefício da população local.
Em relação a Roraima, Bolsonaro citou a possibilidade de construção de usinas hidrelétricas e disse que o território poderia se transformar em um Japão dentro do Brasil, fazendo referência às possibilidades tecnológicas no local. Bolsonaro ainda sugeriu, entre outras propostas, que indígenas do estado recebessem royalties em troca da exploração de riquezas minerais.
— Com tecnologia, em 20 anos, (Roraima) teria uma economia igual do Japão. Por que não temos? Por causa de uma política equivocada indigenista e ambiental — disse Bolsonaro, que depois completou após falar sobre as riquezas ambientais de Roraima:
— Por que não podemos ter algumas hidrelétricas lá? Para darmos energia para Roraima e darmos meio também para o índio explorar, recebendo royalties, riquezas minerais.
Bolsonaro disse que “a farra das multas dadas pelo Ibama e pelo Instituto Chico Mendes” vão acabar. Ele também criticou a atuação de “alguns fiscais”, que chamou de “abusiva”. O presidente eleito disse que já foi alvo de multa ambiental em 2012, no valor de R$ 10 mil, e que está na iminência de ser inscrito na dívida ativa.
— Vou pagar essa multa? Vou. Mas eu sou uma prova viva do descaso, da parcialidade e do péssimo trabalho prestado por alguns fiscais do Ibama e ICMBio. Isso vai acabar — afirmou.