O Brasil assumiu a presidência rotativa do Brics com a chegada de 2025, consolidando seu papel na liderança do bloco composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, além de novos membros como Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã. O país será o anfitrião da próxima cúpula do grupo, cuja cidade-sede ainda não foi definida.
Eduardo Paes (PSD), prefeito do Rio de Janeiro, já manifestou interesse em sediar o evento, destacando o sucesso da capital fluminense como palco do G20. A escolha deverá ser anunciada nos próximos meses.
Sob a liderança brasileira, o Brics deve priorizar cinco áreas:
- Facilitação de comércio e investimentos entre as nações do bloco, com o desenvolvimento de um meio de pagamento próprio;
- Promoção de governança inclusiva com inteligência artificial voltada ao desenvolvimento responsável;
- Aprimoramento de mecanismos de financiamento para combater as mudanças climáticas, em alinhamento com a COP30;
- Estímulo à cooperação entre países do Sul Global, com foco em projetos de saúde;
- Fortalecimento institucional do Brics.
Desafios e oportunidades
O Brics tem sido uma plataforma de articulação entre economias emergentes e uma alternativa às instituições multilaterais tradicionais, amplamente dominadas por potências ocidentais. Sob a presidência brasileira, temas como reforma da governança global e assentos permanentes nos conselhos da ONU devem ganhar destaque. Esses tópicos estão em pauta desde o início do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e já foram levantados em outras instâncias, como o Mercosul e o G20.
Outro ponto de atenção será a COP30, marcada para novembro em Belém (PA). A escolha da cidade reflete a intenção de dar visibilidade à Floresta Amazônica no debate global sobre o clima. Há expectativa de que a cúpula ambiental dialogue com as metas do Brics, especialmente no combate às mudanças climáticas.
A amplificação do bloco com a entrada de cinco novos países também trará desafios para a construção de consenso. Além das diferenças econômicas e políticas, a dinâmica entre os membros existentes e os recém-chegados será um ponto central na presidência brasileira.