Nesta quinta-feira, 27, foi promovida a Audiência Pública “Saúde Mental na Adolescência” na Câmara Municipal de Boa Vista, promovida pela Vereadora Pra. Carla Messias (PP) e contou com autoridades do estado e município, além de vereadores para a construção de políticas públicas e a reflexão sobre o tema.
“Discutimos o papel da família, o papel da igreja e dos entes públicos na garantia de direitos de adolescentes, como o direito à saúde de qualidade no âmbito da saúde psicológica, o direito à educação, o direito à assistência social e outras políticas públicas que compõem esse leque de atendimentos para esse público. É por isso que estamos envolvidos nessa causa e buscamos unir entidades e órgãos públicos nessa missão”, explicou Messias.
A Promotora do Ministério Público, Lucimara Campaner explicou que o estado e o município precisam de estruturas para a rede de apoio aos adolescentes. “As instituições públicas e privadas precisam trabalhar com a mesma linguagem voltada para a assistência social, hoje temos uma rede de serviços, mas é preciso pensar em estrutura para atender o público no interior e na capital, centros especializados públicos e privados.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A vereadora Carla apresentou alguns dados divulgados pelo Panorama da Saúde Mental, desenvolvido pelo Instituto Cactus em parceria com a AtlasIntel e que foi feito com jovens entre 16 e 24 anos. O estudo aponta que 78% dos jovens se sentiram pouco atraentes recentemente, 73% relataram baixa percepção de inteligência, 45% não socializaram com amigos no período analisado e 70% dos jovens relataram conflitos familiares recentes.
E quanto ao papel da família, a Diretora do Departamento de Políticas Públicas de Saúde Mental do Estado, Sofia Maria Salomão, falou das garantias de direitos para esse público. “A gente precisa de um grande suporte da educação, da assistência social, muitas vezes da Justiça, da rede de apoio que é a família, precisamos ainda de espaços de cultura e de geração de renda. Nós queremos que o município oferte um serviço de qualidade, e nós estamos aqui justamente para mudar a realidade”.
A Psicóloga da Secretaria Municipal de Saúde, Gilvania Siqueira, enfatizou que é necessário mais empenho do poder público para garantir a qualidade no atendimento ao público infanto-juvenil e enfatizou que é necess. “Desde 2017 passamos por uma crise imigratória e com o aumento populacional a procura pelos serviços de saúde também aumentaram, porém, a quantidade de servidores continua a mesma, é necessário sanar essa lacuna, porque os profissionais estão sobrecarregados”, pontuou Siqueira.
Dra. Maria Vauliam, deu um forte depoimento sobre como tem sido o atendimento no CAPS II e chamou os órgãos públicos para gerar um trabalho de qualidade.
“Eu recebo todos os dias adolescentes em sofrimento extremo, algumas vezes chegam por pressão e não conseguem falar, então temos um grande trabalho nessa questão. Eu gostaria que os pontos de atenção pudessem conversar entre si, porque a exemplo, às vezes o adolescente que volta para escola com laudo sofre preconceito na própria unidade de ensino, ao invés de ser acolhido naquele ambiente, por isso proponho em uma data futura, possamos nos reunir para trabalhar pela melhoria do atendimento”, explicou
A vereadora Pra. Carla Messias disse que “a audiência foi muito esclarecedora sobre o papel dos entes públicos, foi um espaço democrático onde cada pessoa pôde colocar as suas dificuldades, os avanços e o que pode ser feito para melhorar o atendimento ao público adolescente. A mensagem que deixamos para o jovem, é que ele precisa aprender a lidar com as mudanças, aceitar quem ele é e buscar apoio familiar e profissional. Essas são as principais ferramentas para o cuidado com a saúde mental”.
“Entender como o estado e o município atuam nesse tema é essencial para que a população tenha informações sobre como acessar os serviços ofertados pelos entes públicos, por isso convido toda sociedade para essa audiência”, finalizou a vereadora.
A parlamentar protocolou duas indicações durante a Audiência para a Prefeitura de Boa Vista. Uma para a Criação do CAPS Infantil (CAPSi) e outra para a Criação da Unidade de Acolhimento Infanto Juvenil (UAI).
