Caminhoneiros de vários estados do país organizam, para esta segunda-feira, 09, uma paralisação por tempo indeterminado. Os motoristas pretendem bloquear rodovias federais para reivindicar melhorias para o setor e o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
Em Roraima, os caminhoneiros ainda buscavam apoio da categoria para aderir à paralisação. A intenção dos trabalhadores é fortalecer o movimento, que cresceu principalmente pelas redes sociais, onde várias páginas e grupos foram criados para convocar os motoristas a fecharem as estradas federais e evitar a passagem de cargas às cidades.
A decisão poderá provocar o desabastecimento de vários setores do comércio, agravando ainda mais o atual cenário de recessão econômica no País. Segundo o vice-presidente de uma cooperativa de caminhoneiros que transporta gado para o Estado, Jarbas Fontoura, a intenção é que a categoria participe do movimento nacional. “É para acontecer aqui em Roraima, mas, por enquanto, ainda estamos buscando o apoio de mais caminhoneiros e aguardando a manifestação deles. A gente não pode aderir sozinho, senão o movimento enfraquece”, disse.
Conforme ele, ainda não há nenhum planejamento para saber como será organizada a paralisação. “Se todas as cooperativas quiserem participar, nós vamos. Ainda não planejamos como vai funcionar, mas o que a maioria decidir, nós iremos fazer”, afirmou.
Em entrevista à Folha, o líder do Comando Nacional do Transporte (CNT), grupo sediado em São Paulo, que organiza a paralisação pela internet, confirmou a manifestação dos caminhoneiros para a próxima semana. “Estamos buscando aquilo que temos que buscar. A população precisa se conscientizar de que a luta é pelo povo brasileiro, e não somente por uma categoria. Convidamos todos os caminhoneiros para virem juntos com a gente nesse movimento”, declarou Irval Schmidtt.
A última paralisação dos caminhoneiros ocorreu em abril deste ano e durou cinco dias. Rodovias federais em todo o País foram bloqueadas, causando o desabastecimento de algumas cidades.
O movimento, que chegou a bloquear também parte da BR-174, no sentido Manaus (AM), foi enfraquecido depois que o governo federal intermediou as negociações com o setor, de uma tabela referencial de preços do frete. Em nota à imprensa, o governo federal informou que está monitorando os movimentos dos caminhoneiros para que a paralisação não afete os brasileiros.
REIVINDICAÇÃO – O grupo de caminhoneiros reivindica, desde o início do ano, a redução do preço do óleo diesel, a criação do frete mínimo, salário unificado em todo o País e a liberação de crédito com juros subsidiados no valor de R$ 50 mil para transportadores autônomos. Querem também ajuda federal para refinanciamento de dívidas de compra de seus veículos. Mais de 30 mil pessoas seguiram a página oficial do Comando Nacional do Transporte pelas redes sociais e a estimativa dos líderes do movimento é que os caminhoneiros de todos os estados façam parte da manifestação. (L.G.C)