Política

Candidato ao Senado diz que emendas vão ser discutidas com a população

Aos ouvintes, Telmário disse que vive em uma sociedade mantida por mentira, por isso toda manifestação de sinceridade é tida como ‘questão de doido’

Candidato ao Senado pelo Partido Democrático Trabalhista (PTB), Telmário Mota disse que, caso eleito, tratará como prioridades as emendas a serem discutidas de forma direta com a população. “O senador representa o Estado e deve fazer política para fortalecer o Estado como um todo. As minhas emendas serão estabelecidas discutindo-as com a sociedade, em parceria, debatendo as necessidades das comunidades”, disse
Em entrevista ao programa Agenda da Semana, da Rádio Folha, no domingo, o candidato explicou que é roraimense e que quer ser senador “por amar Roraima”. “Queremos cuidar de Roraima. É um sonho! Estou preparado politicamente e intelectualmente para meu Estado. Não quero voto comprado, voto negociado. Quero uma sociedade justa igualitária humana e de prosperidade”.
Durante a entrevista, conduzida pelo economista Getúlio Cruz, foram levantados alguns temas relevantes que estão em discussão, para os quais foi questionado qual seria o entendimento do candidato enquanto possível senador.
ABORTO – O candidato falou que é radicalmente contra o aborto. “Sou católico e minha mãe, antes de morrer, disse-me para rezar muito o Pai Nosso e nunca sair da Igreja Católica. A vida pertence a Deus!”, disse.
MAIORIDADE PENAL – Na situação de hoje, o parlamentar afirmou ser contra a redução da maioria penal, pois o Estado precisa cumprir a parte dele, mas não faz isso. “Na hora que o filho do pobre e do rico estiverem frequentando a mesma escola e terem os mesmos direitos, vamos começar a discutir a menoridade. “Na hora em que 60% da população pobre tiver casa para morar, na hora que o EJA [Educação de Jovens e Adultos] profissionalizar 40% da juventude e 50% das escolas estiverem funcionando corretamente, vamos discutir a menoridade”, disse.
TERRAS INDÍGENAS – O candidato disse que é a favor de que não tirem o direito adquirido dos índios. “Na verdade, a PEC 210 dá poder para o Legislativo rever áreas indígenas, mas a própria Constituição diz que o poder adquirido não se tira. Os índios são maioria absoluta e devem decidir. O STF [Supremo Tribunal Federal] proíbe a criação de novas áreas e a ampliação das áreas existentes em Roraima, pois somos diferentes do resto do pais”.
REFORMA TRIBUTÁRIA – Para o candidato, o Brasil é um país que mais tributa o cidadão. “Tem que ser feito um estudo profundo, mas o Congresso é patrocinado pelo poder econômico. Vou abraçar a reforma tributária e, junto com a Educação, será carro-chefe do meu trabalho. Se o Brasil quer crescer, tem que ter tributação menor, mais reduzida, com menos impostos e mais fácil para ser controlada”.
MINERAÇÃO – “A grande maioria dos índios não concorda com a mineração em áreas indígenas. São mineradoras ligadas a grupos fortes econômicamente. Em Roraima, quem tem interesse é o senador Romero Jucá [PMDB], que está fazendo o requerimento desta mineração. Se os índios aceitarem a mineração, devia ser em forma de cooperativa, pois mais famílias serão beneficiadas. Por enquanto, sou radicalmente contra o que está sendo proposto pelo senador Jucá. Vão vir empresas enormes e deixar poucos ricos levando nosso dinheiro. Em síntese, sou contra a mineração sem autorização das comunidades indígenas”, disse o candidato.
OUVINTES – Telmário foi questionado por vários ouvintes da Rádio Folha e disse que seu partido tem como causa a defesa do trabalhador, da geração de emprego e renda. “Hoje há político que está aí há 20 anos e não fez nada. Então, tem que tirar, fazer um governo transparente do povo e para o povo, tirar o governo da corrupção. Quero, como senador, buscar recursos e interligar Roraima com o Governo Federal”, disse.
Quando questionado sobre usar muito carro de som na campanha, ele respondeu: “Eu sou do povo e ando com o povo. Eu uso muito carro de som e me chamam de doido. Quem vive numa sociedade mantida por mentira, toda manifestação de sinceridade é tida como questão de doido”, polemizou.
Um ouvinte questionou sobre a questão dos evangélicos. Telmário disse que um dos seus projetos é criar a aposentadoria para missionários. “Nós criamos a ‘Marcha Para Jesus’ e criamos o primeiro Festival Gospel. Agora vamos implantar aposentadoria para os missionários”, prometeu.