Política

Candidatos ao governo firmam compromisso com setor industrial

Somente três candidatos considerados os mais expressivos na disputa ao governo foram convidados para o encontro

Os três candidatos com maior expressão nas pesquisas de opinião para o Governo do Estado – Ângela Portela (PT), Chico Rodrigues (PSB) e Suely Campos (PP) – participaram ontem à tarde de um encontro com o setor industrial, representado por empresários e representantes de todos os sindicatos filiados à Federação da Indústria de Roraima (Fier).
Cada um deles teve quase uma hora para falar de suas propostas para o setor e ainda responder a perguntas formuladas previamente pelos sindicatos e enviadas para a Fier. O formato do encontro foi definido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e vem sendo utilizado em todo o Brasil.
Ângela Portela, da Coligação É Pra Frente Que Se Anda, aproveitou o período que antecedeu as perguntas para falar da sua experiência como parlamentar e gestora, no período em que esteve à frente da Secretaria Estadual do Trabalho e Bem Estar Social (Setrabes) e concluiu mencionado o “momento difícil em que o Estado vive”, citando os estados de emergência na Saúde e na Educação, o endividamento anunciado pelo próprio governo e a falta, segundo ela, de qualquer projeto de desenvolvimento.
Entre as propostas da candidata estão a criação de um conselho de desenvolvimento econômico e social, modelo criado pelo Governo Federal e desenvolvido em alguns estados, a elaboração de um plano plurianual para estabelecimento de uma política industrial e a instalação de uma Superintendência do Banco da Amazônia em Roraima.
Ângela citou ainda a criação de um posto integrado de negócios para atendimento de demandas variadas de empresários e destacou iniciativas de formação e qualificação de pessoal, entre elas a criação de uma Fundação de Amparo  Pesquisa para estímulo à criação de novas ideias de negócios e projetos de pesquisa.
CHICO – O governador Chico Rodrigues, da Coligação Roraima Unida, falou sobre fazer um “choque de gestão” e admitiu que a estrutura atual do Estado não possui capacidade de suporte necessária para colocar em prática a maioria das políticas de governo. Também falou em extinguir secretarias, mas ainda assim prometeu criar a Secretaria de Indústria e Comércio. Afirmou que ainda perdura em Roraima a máxima da “economia do contracheque”, ao mesmo tempo em que disse que “não tão latente como anos atrás”.
O governador não foi objetivo ao tratar do não cumprimento da Lei 215, de incentivo à classe produtiva com isenção de tributos. Limitou-se a mencionar “deformações na condução da política estabelecida pelo Estado”. Ao falar sobre o Distrito Industrial, um dos gargalos apontados pelo setor, Chico minimizou os problemas e até elogiou o crescimento da estrutura, com a instalação de novas empresas.
Disse que um dos problemas admitidos pelo governo é a falta de um modelo de divulgação e de políticas de fortalecimento do produto local. Ele anunciou a criação de um selo do pólo industrial de Roraima, em atendimento a um projeto antigo da Fier, e ainda uma grande reforma no Distrito Industrial, em parceria com a Prefeitura de Boa Vista, a partir da próxima semana.
SUELY – Última a se apresentar, Suely Campos, da Coligação Salve Roraima, falou da necessidade de buscar instrumentos legais para conceder à indústria local tratamento fiscal mais justo, como forma de fomentar o setor. Criticou a situação em que se encontra o Distrito Industrial e disse ser uma “falta de respeito com o setor”, citando algumas das necessidades mais urgentes do local, como asfaltamento e iluminação.
A candidata mencionou que Roraima precisa definir estratégias para aproveitar sua localização entre dois países – Venezuela e Guiana – para internacionalizar seus produtos e assim atingir novos mercados. Ao tratar sobre algumas das dificuldades enfrentadas pela classe produtiva, citou a emissão de licenças ambientais e disse ser preciso traçar normas claras e objetivas que garantam segurança jurídica e, ao mesmo tempo, estímulo ao crescimento da produção.
Ela prometeu, caso eleita, digitalizar toda a tramitação de processos na esfera estadual, como medida para agilizar licitações e demais demandas, potencializar a qualificação profissional por meio de parcerias e manter diálogo aberto com o setor industrial, como estratégia para minimizar entraves e alavancar o desenvolvimento do Estado. (EPR)