ELEIÇÕES SUPLEMENTARES

Candidatos em Alto Alegre desafiam o descrédito da população na política

Empresário Gaúcho da Soja, prefeito Valdenir Magrão e professor Wagner Nunes disputam a preferência dos 11.269 eleitores aptos no pleito

Gaúcho da Soja, Valdenir Magrão e Wagner Nunes, candidatos a prefeito de Alto Alegre (Fotos: Nilzete Franco/FolhaBV)
Gaúcho da Soja, Valdenir Magrão e Wagner Nunes, candidatos a prefeito de Alto Alegre (Fotos: Nilzete Franco/FolhaBV)

Sob descrédito de parte do eleitorado na política em virtude dos últimos escândalos de corrupção, Alto Alegre vai escolher, no dia 28 de abril, o prefeito que governará a cidade até 31 de dezembro de 2024. O empresário Gaúcho da Soja (União Brasil), o atual prefeito Valdenir Magrão (MDB) e o professor Wagner Nunes (Republicanos) disputam a preferência dos 11.269 eleitores aptos no pleito.

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O pleito foi convocado após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassar o prefeito Pedro Henrique Machado por distribuir 1 mil cestas básicas em 2020, ano eleitoral marcado pela pandemia da Covid-19. Machado ainda responde a um processo na Justiça Federal por fraude licitatória no qual chegou a ser preso pela Polícia Federal (PF), e na Justiça de Roraima por superfaturamento de combustíveis.

Gaúcho da Soja

O candidato a prefeito de Alto Alegre, Gaúcho da Soja (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

Empresário do ramo de agricultura, Cleverson Gabriel Mendes, o Gaúcho da Soja, é a terceira via das eleições suplementares, tem apenas o apoio do próprio partido e defende que Alto Alegre precisa resgatar a credibilidade perdida em meio aos últimos escândalos de corrupção. “Existe um descaso muito grande aqui dentro: corrupção, muitas obras inacabadas, educação. Então, a gente, como prefeito, pensa em melhorar o nosso Município”, diz.

O candidato disse que pretende priorizar os investimentos na Saúde e Educação, e analisa que a estrutura de campanha de seus dois rivais tem sido desproporcional em relação à sua. Por fim, ele avaliou que o próximo prefeito herdará uma Prefeitura “sucateada” e analisa dificuldades da cidade, como obras inacabadas e vicinais intrafegáveis entre os grandes desafios a enfrentar em apenas sete meses.

“Hoje é um descaso muito grande no nosso Município ver a desestrutura que nós estamos tendo, ver tanto dinheiro, tanta verba pro Município e não foi bem aplicado”, disse.

Valdenir Magrão

O candidato a prefeito de Alto Alegre, Valdenir Magrão (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

Apoiado pelo ex-prefeito Pedro Henrique e outros políticos locais, Magrão diz que a descrença da população é motivada por uma perseguição “muito grande e acirrada” contra a classe política local. “Isso é a Justiça que vai provar, não são as especulações que vão dar o destino desse desfecho dessa perseguição política”, enfatizou sobre as investigações contra seu aliado.

Magrão enfatizou que pretende continuar sua gestão participativa, que ouve a população local. “A gente tem tomado providências em todos os aspectos. A gente tem olhado pra Saúde, Educação, tem feito tomada de emergência, estamos recuperando todas as vicinais do nosso Município”, destacou.

O atual prefeito, que foi presidente da Câmara, disse que colocou seu nome à disposição por ter raízes na cidade. “Sou uma pessoa que se criou aqui no Município, que reside no Município, que tem a família no Município, que foi criado em vicinais, minha vida foi sofrida de agricultor, sou agricultor até hoje, nada mais justo uma pessoa, um filho daqui, uma pessoa que mora aqui gerir o Município de Alto Alegre”, disse.

Wagner Nunes

O candidato a prefeito de Alto Alegre, Wagner Nunes (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

Apoiado pelo grupo do governador Antonio Denarium (Progressistas), Wagner Nunes afirmou que os últimos escândalos de corrupção envergonham o Município e que é preciso resgatar a confiança do eleitor por meio de políticas públicas voltadas para áreas, como Agricultura Familiar e Juventude.

O professor afirma que pretende, nos próximos sete meses, impulsionar Alto Alegre com recursos de emendas parlamentares, por meio de parceiros de seu grupo político, para áreas como Saúde, Educação e Infraestrutura. “Nós temos coisas essenciais, emergenciais que nós vamos resolver”, pontuou.

Nunes disse ter colocado o nome à disposição como uma forma de não se acovardar diante dos últimos acontecimentos. “A própria Justiça chegou a um ponto de interromper esse mandato e dizer: não dá mais! Porque se a Justiça decretou nova eleição, é porque não dava mais pra continuar da forma que estava”, diz.