Ao participar do programa Agenda da Semana, na Rádio Folha AM 1020, a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Municipais (Sitram), Sueli Cardoso, declarou que a classe de servidores da Saúde está “insatisfeita” com a atual gestão municipal em relação a obrigatoriedade de 40 horas semanais, instituída na gestão da prefeita Teresa Surita (PMDB).
Segundo a líder sindical, a negociação da carga horária dos servidores municipais vem sendo iniciada desde o ano passado com os secretários de Administração, Saúde e Educação, estando bem avançada em relação às 30 horas dos servidores da Saúde, que pleiteiam junto ao Executivo Municipal o retorno deste benefício aos profissionais.
“Já tínhamos a concessão desta carga horária na gestão passada e foi totalmente ignorada quando a atual prefeita assumiu. E sem nenhuma consulta aos servidores, de forma arbitrária, instituiu estas 40 horas, causando inúmeros prejuízos aos servidores em razão de muitos sacrificarem outras atividades e até mesmo abrir mão de uma qualificação na área técnica para se ajustarem a este modelo imposto pela gestão do Executivo Municipal”, destacou.
A sindicalista disse que não restou alternativa a não ser a deflagração de uma greve em fevereiro deste ano pelos profissionais de saúde, que foram duramente penalizados com o desconto nos vencimentos dos dias em que ocorreu a mobilização dos servidores pela gestão municipal, e após um acordo, optaram pela suspensão do movimento grevista, uma vez que a prefeita tinha se comprometido em encaminhar, em julho, o plano de carreira à Câmara Municipal para apreciação dos vereadores, o que não ocorreu.
Após insistente cobrança do sindicato, a prefeita publicou uma nota dando conhecimento aos profissionais que após as eleições de outubro, estaria encaminhando o projeto neste mês de novembro. “Existe um descontentamento de forma generalizada pela quebra de acordo em duas etapas em que os servidores municipais aguardavam com expectativa em julho e não foi cumprido. E para nossa surpresa, ainda em outubro ocorreram inúmeras reuniões setorizadas com alguns servidores e foi apresentado apenas uma minuta de possíveis itens que devem constar no plano, contrariando novamente a expectativa dos servidores e do próprio sindicato enquanto instituição representativa dos servidores municipais”, declarou.
Sueli destacou que o descontentamento é maior quanto ao fato de outras categorias da própria Saúde não serem contempladas com esta proposta de redução da carga horária, a exemplo dos técnicos de radiologia, técnicos de saúde bucal, técnicos de laboratório, farmacêuticos e bioquímicos, o que leva a um entendimento de que falta um melhor critério nesta avaliação.
“O que tentamos mostrar neste entendimento que estamos tendo com os gestores das pastas principais do Executivo é que esta reunião da prefeita com segmentos isolados, não deve ser levado em consideração, pois nem todas as categorias serão contempladas, e desta forma prejudicar a formatação da proposta a ser direcionada ao legislativo municipal. Enquanto sindicato, fomos ignorados, apesar de representar mais de 55% de servidores municipais filiados e a prefeita não poderia, neste momento, desconsiderar a importância do Sintram enquanto entidade legítima e representativa dos servidores”, avaliou.
Política
Carga horária dos servidores da Saúde não agrada a categoria
Hoje, atuando por 40 horas semanais, os servidores municipais da área da Saúde pleiteiam o retorno das 30 horas, como ocorre no Estado