Política

Casos de violência doméstica podem estar subnotificados, aponta Lenir

Parlamentar pediu reforço nas campanhas institucionais de prevenção e denúncia de casos

“É muito provável que as ocorrências de violência doméstica tenham crescido nesse momento de isolamento social, e esses casos podem estar sendo subnotificados. Neste sentido, é preciso que órgãos públicos não apenas disponibilizem cada vez mais canais de comunicação para atender as famílias, mas a população deve ser constantemente orientada a combater este crime”.

A afirmação é da deputada Lenir Rodrigues (CIDADANIA), ao analisar uma pesquisa divulgada na última semana pelo jornal Folha de São Paulo, com base em dados de secretarias de Segurança Pública de 26 estados e do Distrito Federal e que comprovam aumento da violência contra a mulher no ano passado, justamente nos meses de pico da pandemia da Covid-19.

Roraima ficou em segundo lugar no ranking de feminicídios, atrás apenas do estado do Mato Grosso. Em seguida, estão Mato Grosso do Sul, Acre e Alagoas. “Estamos falando apenas dos registros oficiais, mas sabemos que muitos casos acabam não sendo denunciados pelas vítimas ou suas famílias, por vários motivos, como o constrangimento, por exemplo”, comentou a parlamentar. A pesquisa mostra que 1.338 mulheres foram mortas por sua condição de gênero em todo o Brasil exatamente no mesmo período, assassinadas em sua maioria por pretensos, atuais ou antigos companheiros. “Temos trabalhado bastante nos últimos anos no sentido de orientar e conscientizar as pessoas, das mais diversas formas, por meio de ações práticas, com apoio da Assembleia Legislativa e parceria de instituições como o Tribunal de Justiça e a Defensoria Pública, mas é possível fazer mais e reforçar as campanhas de combate a esse tipo de crime”, ponderou.

Lenir Rodrigues é uma das autoras, junto com o deputado Jalser Renier (SD), da resolução da Assembleia Legislativa de Roraima que criou o Zap Chame (98402-0502), serviço de orientação que utiliza o aplicativo de mensagens WhatsApp para auxiliar vítimas a denunciarem casos de violência doméstica. Ela também é autora do projeto que deu origem à lei estadual 1.347 de 2019, que institui em escolas da rede pública de ensino uma semana de atividades de combate à violência contra a mulher.