Política

Chico Rodrigues deverá promover processo de transição em dezembro

Durante coletiva, governador disse que assumia a derrota sozinho e frisou que a população vai cobrar compromissos de campanha de Suely

Em entrevista coletiva à imprensa, na manhã de ontem, o governador Chico Rodrigues (PSB), derrotado nas eleições de domingo, 26, fez uma avaliação do processo eleitoral, agradeceu os votos recebidos e adiantou que vai promover o processo de transição com a participação da governadora eleita Suely Campos (PP), em meados de dezembro.
Antes disso, ainda em novembro, a equipe de governo deverá trabalhar para ajustar as contas seguindo a Lei de Responsabilidade Fiscal e suas exigências. Sobre o processo de transição, ele disse julgar necessário “para que conheçam por dentro o governo e possam ter ideia exatamente daquilo que é possível fazer”. “Queremos dar todas as condições para que eles possam se preparar para governar”, disse ao se referir ao grupo que saiu vitorioso nas urnas no segundo turno.
Ele explicou que vai propor a Suely a realização do processo de transição, começando pela aprovação, na Assembleia Legislativa de Roraima, do Orçamento 2015, que está praticamente desenhado, conforme o governador.
Questionado sobre uma possível contestação do resultado do pleito, Chico Rodrigues disse que entende que as demandas judiciais são normais no processo eleitoral quando os candidatos se sentem prejudicados e disse que se houver fatos relevantes que ensejem essa judicialização do pleito, serão utilizados, mas reconheceu o resultado das urnas, como se referiu à diferença de votos entre ele e Suely de pouco mais de 22 mil votos.
Chico assumiu sozinho o resultado negativo da sua campanha. Disse que vários fatores teriam contribuído, mas preferiu não detalhar durante a entrevista. “Lógico que existem vários fatores localizados que não é o caso detalhar”, comentou. Sem citar nomes, admitiu, em meias palavras e usando exemplos, que a rejeição de aliados poderia ter contribuído para isso. E salientou ter ouvido, ainda no dia do pleito, depoimentos de eleitores sobre a questão em frente a um dos locais de votação mais movimentados da Capital.
Por várias vezes, Chico cobrou da governadora eleita o cumprimento do seu plano de governo, com todos os compromissos firmados diante da população. “Nós, com absoluta certeza, combatemos o bom combate”, disse ele ao complementar: “A população vai cobrar mesmo as promessas assumidas”.
AÇÕES – O governador disse que vai dar seguimento e reforçar ações da sua gestão nesses últimos dois meses de mandato. E destacou o trabalho que, segundo ele, vem fazendo nas comunidades indígenas e na área social, com programas e projetos que envolvem crianças, jovens e idosos.
De acordo com Chico, as ações continuam “com a mesma determinação e compromisso”. “O Estado continua. Os dirigentes passam, mas devem deixar no seu lastro a moralidade, seriedade e referência”, frisou.
BAIXAS – Sem citar nomes, Chico Rodrigues mencionou por várias vezes as baixas que teve durante o segundo turno, destacando o empenho de aliados e alfinetando os políticos que deixaram a base governista para se aliar a Suely Campos. “Política é assim, tem que haver, acima de tudo, respeito e reciprocidade, nos termos de lealdade”, disse.
PAIXÃO – Ao tratar do resultado do pleito em si, Chico disse que a população se manifestou da forma que achou mais conveniente e frisou respeitar a escolha soberana. “Nosso projeto foi exaustivamente apresentado, usando nossa experiência, compromisso e trabalho ao longo de tantos anos, mostrando e comparando candidatos e grupos. Mas a população se inclinou para um lado e torço para que o resultado da candidata eleita no exercício do mandato seja de respeito e referência para esse Estado. Entendemos que política é paixão e eles tiveram uma paixão muito grande pela sua candidata e o seu grupo”, disse ao se referir aos eleitores de Suely Campos.
FUTURO – Questionado sobre seu futuro político, ele comentou com uma frase: “o futuro a Deus pertence”. E completou explicando que vai usar os meses de janeiro e fevereiro do próximo ano para um projeto pessoal de vida, mas que após esse período continuará na vida pública. “Agora com mais certeza ainda pela reação e respeito das pessoas dirigidos a mim. Dão-me mais vigor ainda para dizer que estou no caminho”, afirmou.