Política

Chico Rodrigues termina governo 'agonizando', diz cientista político

O governador Chico Rodrigues (PSB) deixa o governo de forma agonizante. Esta foi a avaliação feita pelo cientista político, filósofo e sociólogo Paulo Racoski, professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima (IFRR).
Racoski avaliou que Chico teve grandes perdas neste final de mandato, “com a saída à francesa”, segundo ele, de secretários e pessoas de confiança do primeiro escalão. O governador também perdeu o apoio político na reta final de seu governo e acabou só, conforme o cientista.
“Foi um final de governo agonizante. Parece que não havia compromisso sério do grupo que administrava o Estado. A preocupação desses políticos se tornou particular, e não público, como deveria ser, em detrimento dos mais carentes, que nos últimos anos não receberam os serviços públicos, como educação e saúde, com qualidade. Roraima ficou sem governança nos últimos anos”, analisou.
A falta de administração pública, ainda segundo o cientista, acabou afastando os investidores devido à instabilidade política, a partir da cassação de dois governadores, que permaneceram no cargo com liminares. Outro erro grave dos últimos governos, conforme Racoski, foi não ter escutado a população.
“Era necessário escutar o povo para investir o escasso recurso que restava nos cofres nas áreas mais carentes, como segurança pública, educação e saúde. Mas ninguém deu ouvidos aos apelos da população. O que observamos é que estes governos usaram o poder em benefício próprio, e não para atender os anseios do povo”, lamentou.
PERSPECTIVAS – Para 2015 o cientista disse que há uma grande expectativa para o novo governo, mas ele acredita que a governadora eleita Suely Campos (PP) terá primeiro que equacionar as contas para ver quanto tem, e isso pode durar até 100 dias.
“Nesses primeiros meses de governo não haverá muitas novidades, pois existem dificuldades econômicas para ajustar a casa. Será necessário primeiro equacionar as contas e depois planejar onde investir, onde há maior necessidade”, observou.
POSSE – Suely Campos assumirá amanhã um governo com os cofres “quebrados”. Nos últimos quatro anos, só com empréstimos, o então governador Anchieta Júnior (PSDB) fez uma dívida de mais de R$2 bilhões com o Governo Federal. A preocupação agora é saber como esta dívida será paga e o que os próximos governantes farão para driblar a crise.