NACIONAL

Cid tinha ciência de que joias eram de interesse público, confirma Wajngarten

Cid destacou na conversa trechos de lei que dá prioridade de compra ao governo caso tais joias sejam vendidas, complicando a defesa de Bolsonaro.

Cid passou 116 dias preso em Brasília (Foto: Reprodução/Internet)
Cid passou 116 dias preso em Brasília (Foto: Reprodução/Internet)

O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, estava ciente da relevância pública das joias que Bolsonaro recebia durante visitas oficiais. Isso é evidenciado pelas conversas entre Cid e o antigo secretário de Comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten. A informação foi confirmada pelo próprio Wajngarten à imprensa.

Nas conversas datadas de 5 de março, Cid cita partes da Lei 8.394 de 1991, que estabelece diretrizes sobre o gerenciamento do acervo documental presidencial. Ele enfatizou partes da legislação que estipulam que o governo federal deve ter prioridade em adquirir, caso esses itens sejam postos à venda.

O conteúdo destas conversas implica na justificativa oferecida pela defesa de Jair Bolsonaro sobre a comercialização de tais presentes no exterior.

A linha de defesa dos advogados do ex-chefe de Estado sugere que a lei de 1991 autoriza a comercialização desses presentes, superando decisões anteriores, como a do Tribunal de Contas da União que colocou restrições sobre essa prática.

Segundo os defensores do ex-presidente, teria ocorrido apenas um deslize administrativo, uma vez que a venda não foi notificada para garantir a preferência de compra pelo governo federal.