Política

Cientista político diz que falta unidade de pensamento do presidente

O Professor doutor e cientista político, Roberto Ramos, entrevistado do programa Agenda da semana, analisou o atual cenário político nacional e local. Para ele, a política Brasileira vive momentos de incertezas, em um governo que não apresenta de forma definida políticas públicas e ações consideradas transparentes à população.

“Os estudos mostram que quando um presidente não possui maioria efetiva de partidários na casa, não há apoio em decisão de votos, o que causa tensões de forma contínua. As expectativas do povo em eleger Jair Bolsonaro seria a mudança de comportamento político do Executivo pressionando o Legislativo, mas o que vemos são políticos aliados à velha forma de se fazer política mantendo o status quo, e tomando decisões independente de questões ideológicas ou além da vontade do brasileiro”.

Roberto Ramos disse que a relação com as Universidades e a atitude do Governo Federal em querer reduzir por meio de contingenciamento, como se a maioria dos problemas do país fossem ser resolvidos e empregos gerados, reflete a falta de ações mais efetivas para o que de fato interessa à população, que é segurança pública.

“A violência no Brasil, por mais que tenha sido pauta do governo, continua crescendo e é algo que não vimos atitudes. A única forma de enfrentar tantos outros problemas como a reforma da previdência é o diálogo direto com a sociedade, por exemplo.”

Ramos também falou sobre a velha forma de fazer política e que o discurso do Executivo não passa segurança. “Boa parte dos políticos brasileiros fazem da política um caminho para enriquecer. Há interesse por propina ou trilham caminhos para negociar com corporações por interesses ideológicos. Isso é da cultura e está enraizado no cenário do Brasil contemporâneo, e é difícil mudar’

O cientista também comentou sobre a postura do brasileiro que vai às ruas protestar. “A sociedade tem manifestado suas insatisfações e isso pode ter um efeito no esvaziamento de apoio ao Congresso. O povo nas ruas tem mais força do que nas redes sociais. Não sabemos os efeitos históricos nas redes sociais, mas em minha opinião, ao mostrar o rosto e a insatisfação nas ruas, o brasileiro mostra sua força”

CENÁRIO LOCAL – Para Ramos, Roraima vive um momento interessante onde existe carência de formar candidaturas para construir projetos voltados para camadas sociais de Boa Vista. “Em um contexto que vivenciamos, talvez a Assembleia seja que se lance em alternativa de poder para o municipal. Há lideranças que estão se constituindo, mas o que predomina para as próximas eleições são os nomes tradicionais”