Política

Comandante da PM diz que situação está sob controle

O coronel Dagoberto Gonçalves, comandante da Polícia Militar de Roraima, disse ontem, em entrevista à Folha, que a PM faz muito pelo sistema prisional, mas que a instituição é mais necessária nas ruas. Ele negou a necessidade de intervenção federal no Estado e disse que a polícia dá conta do serviço. Confira a entrevista:

Intervenção Federal – “Ainda temos o controle da situação. A facção é coisa nova para o Estado e, por enquanto, não precisamos de intervenção federal em Roraima. Os órgãos policiais do Estado têm dado conta e a resposta tem sido dada com força e veemência. A intervenção federal é mais política do que operacional”.

Guerra de facções – “Quanto à guerra das facções, o que podia ser feito foi feito. Separamos o Comando Vermelho do PCC e colocamos em presídios diferentes. Foram 80 presos do Comando para a cadeia Pública e o mesmo numero do PCC para a Penitenciária Agrícola”.

Presídio federal – “Pedimos a prorrogação em presídio federal de nove líderes de facção criminosa que foram transferidos dois anos atrás e agora deveriam retornar para Boa Vista. O prazo máximo de permanência dos presos na unidade prisional de segurança máxima era de 365 dias, prorrogável por mais um ano. Mas hoje o sistema prisional de Roraima não tem condições de abrigar esses criminosos”.

Nas ruas – “A presença da PM no presídio interfere na segurança pública. Infelizmente, se estabeleceu essa guerra entre facções. Se a polícia está dentro do presídio e a função dela é fazer policiamento fardado, então lógico que é mais produtivo para a sociedade estarmos na rua. São quase 200 policiais na Companhia de Policiamento e daria para pôr mais dez viaturas nas ruas”.

Concurso – “Estamos na última fase no grau de recurso de investigação social dos 70 remanescentes do último concurso e vamos despachar com a governadora [Suely Campos, do PP] para verificar a possibilidade de sinal verde para eles começarem as aulas. No nosso orçamento está previsto um novo concurso e depende da questão orçamentária. Fizemos estudo e colocamos no nosso orçamento para 2017 prevendo isso e esperamos que passe na Assembleia Legislativa”.

Estrutural – “Estamos fazendo planejadamente e organizadamente a atuação da PM nos presídios, mas a crise é nacional e aqui, em Roraima, ela é estrutural, pois a criminalidade cresceu e, nas últimas décadas, não foi reformado [o sistema prisional] e nem ampliado o número de vagas para presos. A situação calamitosa de gestões anteriores estourou agora com a briga das facções e, mesmo com tudo isso, vamos completar 100 dias sem fugas. E os números mostram que o último bimestre está reduzindo a criminalidade”.

Criminalidade – “Não é missão da PM atuar nos presídios, mas foi fundamental para reduzirmos a criminalidade aqui fora. Aqui, apesar do ano econômico ruim e da migração forte nas fronteiras e da crise no sistema prisional, conseguimos reduzir todos os índices de roubos, furtos e homicídios. Isso foi fruto de planejamento”.