Depois de ouvir a diretora do Departamento de Planejamento Financeiro (Deplaf) da Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc), Dilaci Wanderlei Rivas Reis, na manhã de ontem, na Sala de Comissões, a presidente da Comissão Especial da Assembleia Legislativa do Estado (Ale), deputada Lenir Rodrigues (PPS), disse que a comissão conseguiu dados importantes sobre a rescisão contratual da Megafoods com o Estado e a contratação de uma nova empresa para o fornecimento da alimentação para o sistema prisional de Roraima. A comissão que saber como foi feita a contratação direta da empresa M.A. Rodrigues de Barros, que passou a fornecer a alimentação aos detentos.
Lenir disse que a comissão convidou Dilaci para esclarecer dúvidas sobre o novo contrato de serviço de fornecimento de alimentação, se houve ordem de serviço, processo licitatório anterior ao processo emergencial, se houve publicidade dos atos administrativos para o chamamento de empresas que participaram do processo de menor preço e se houve parecer da Procuradoria-Geral do Estado.
“Ela [Dilaci] informou que não houve processo licitatório anterior ao processo emergencial e que não viu nenhuma ordem de serviço para empresa entrar no serviço de fornecimento de alimentação. Afirmou que houve um parecer da Procuradoria-Geral do Estado e da Controladoria-Geral do Estado nos autos do processo”, disse. “Quanto ao fato da publicidade, para conhecimento, para maior participação de empresas no certame, ela disse que não houve publicidade e que foi através de convite e contratação direta em todos os termos”, frisou.
De posse destas informações, a presidente da comissão disse que vai avaliar os autos do processo e o relator, deputado George Melo [PSDC], vai analisar juntamente com a equipe técnica jurídica e contábil da Assembleia Legislativa. “Queremos saber se houve violação da lei de licitações públicas. A comissão tem 30 dias para apresentar o relatório, mas, se for necessário, poderemos pedir novo prazo”, frisou.
PRAZO – O relator do processo da Comissão Especial da Assembleia Legislativa do Estado (ALE), que investiga o contrato de fornecimento de alimentação ao Sistema Prisional do Estado, George Melo (PSDC), criticou o decreto da governadora Suely Campos (PP) para resolver as questões da alimentação no sistema prisional.
“É um decreto extenso, muito longo. É importante que haja um serviço continuado, mas é importante também que se abra imediatamente o processo para que se haja uma licitação clara dos serviços que serão utilizados pelo governo, que precisa tornar as suas ações mais claras. E é isso que as pessoas esperam desse governo”, frisou.
Ele ressaltou que a ida da diretora do Departamento de Planejamento Financeiro (Deplaf) da Sejuc, Dilaci Wanderlei Rivas Reis, para responder às questões da Comissão Especial e mais as informações que a comissão vai pedir ao secretário da Sejuc [Josué Filho] deverão esclarecer as dúvidas. O relatório final deverá estar pronto em, no máximo, 30 dias.
Entre os questionamentos da comissão, o deputado disse que os principais foram sobre a rescisão contratual amigável do Estado com a Megafoods e como foi conduzido o contrato da nova empresa. “As pessoas têm que entender que contrato com o Estado não se trata como o de uma empresa privada. Tem que seguir toda a formalidade legal que disciplina a lei”, frisou. (R.R)
Diretora do Deplaf afirma que contrato foi por cotação de preço A diretora do Departamento de Planejamento Financeiro (Deplaf) da Sejuc, Dilaci Wanderlei Rivas Reis, disse à Comissão Especial da Assembleia Legislativa que o contrato com a nova empresa para o fornecimento de alimentação no sistema prisional foi feita de forma emergencial e na modalidade de “cotação de menor preço” feita entre três empresas no mercado local. A proposta vencedora apresentou cada alimentação ao preço de R$12,35.
“É uma forma legal por se tratar de um processo emergencial. O sistema prisional, com quase dois mil reeducandos, não poderia ficar sem alimentação”, afirmou. Ela disse aos deputados que a alimentação estava sendo fornecida de forma indevida pela empresa anterior e que havia muita reclamação, por isso a empresa rescindiu contrato com a posterior contratação da nova empresa.
“Mesmo sem ter um contrato formal, a nova empresa de imediato começou a fornecer a alimentação ao sistema prisional, mesmo sem contrato. Mas o processo já está em andamento desde o dia 7 de janeiro e em fase final dos trâmites”, disse acrescentando que a autorização para a empresa começar a fornecer os alimentos partiu do secretário de Justiça e Cidadania, Josué Filho.
Ela confirmou ainda que o Estado tem uma dívida de quase R$ 5 milhões com a empresa Megafoods e que o contrato encerraria apenas no dia 29 de janeiro deste ano, sendo que a empresa informou, no dia 21, que não mais iria fornecer alimentação. (R.R)
Política
Comissão da ALE ouve diretora sobre contrato de fornecimento de alimentos
Deputados que integram Comissão Especial querem saber sobre a rescisão de contrato de empresa e a contratação de outra emergencialmente