12 VOTOS A 5

Comissão da Câmara aprova projeto que proíbe o casamento entre pessoas do mesmo sexo

Texto ainda precisa ser analisado por outras comissões da Câmara e pelo Senado

Desde 2011, o STF reconhece a união entre casais do mesmo sexo como entidade familiar. (Foto: Vinicius Loures / Câmara dos Deputados)
Desde 2011, o STF reconhece a união entre casais do mesmo sexo como entidade familiar. (Foto: Vinicius Loures / Câmara dos Deputados)

O projeto que proíbe o casamento entre pessoas do mesmo sexo em sessão foi aprovado, nesta terça-feira (10), pela Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados. O parecer recebeu 12 votos favoráveis contra cinco e texto segue para análise de outras comissões da Câmara e Senado.

A medida está prevista no parecer do relator, deputado Pastor Eurico (PL-PE), apresentado ao Projeto de Lei 580/07 e aos textos anexados. A aprovação da proposta contraria a atual jurisprudência brasileira uma que, desde 2011, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconhece a união entre casais do mesmo sexo como entidade familiar.

No entanto, para o Pastor, cabe ao Poder Legislativo, e não ao STF, deliberar sobre o tema. O relator ainda acrescentou ao texto que, além da proibição da união homoafetiva, a Justiça deve interpretar o casamento e a união estável de forma estrita, sem “extensões analógicas”.

“A relação homossexual não proporciona à sociedade a eficácia especial da procriação, que justifica a regulamentação na forma de casamento e a sua consequente proteção especial pelo Estado”, disse Pastor Eurico. “Tentar estender o regime de casamento aos homossexuais é uma tentativa vã de mudar a realidade através de leis”, acrescentou. 

Critérios religiosos

Deputado Pastor Eurico é o relator do apresentado ao Projeto de Lei 580/07 que tramita na Câmara. (Vinicius Loures / Câmara dos Deputados)

O novo texto determina também que o Estado e a legislação civil não poderão interferir nos critérios e requisitos do casamento religioso, sendo vedado qualquer constrangimento a ministro de confissão religiosa ou violação às normas de seus templos. O objetivo dessa medida, segundo o relator, é garantir a proteção das instituições e ministros religiosos.

A proposta ainda será analisada nas comissões de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial; e de Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). Se for aprovada, seguirá para o Senado.

Com informações da Agência Câmara de Notícias